segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Let´s talk about Lagwagon

Depois de ler a crítica de Live in a Dive de Lagwagon, no Y, tenho que vir aqui dar mais uma achega ao sr. Pedro Rios. Continua a não ser nada pessoal, não tenho nada contra o senhor, mas o modo impreciso como escreve sobre certos pormenores começa a irritar-me. Como não dá para excluir gostos, nem opiniões pessoais, e como cada um vai puxar sempre a brasa a sua sardinha, fica aqui a minha contra-crítica á crítica.

Nas primeiras linhas, podemos ler que os Lagwagon são “Pioneiros da vaga de Hardcore melódico”? Coitados dos Bad Religion, dos Nofx, Pennywise e de outros menos afamados, que só devem ter começado a editar discos após os Lagwagon ( em caso de duvida, é só verificar a definição de pioneiro no dicionário ). O Suffer dos Bad Religion é, meus senhores e minhas senhoras, apenas uma lenda! Nessa crítica, diz que a carreira dos Laggies está bem representada, á excepção de Duh. Concordo parcialmente. Mas... e o Let´s Talk About Leftovers? Não existe? Parece-me que houve alguém não fez os trabalhos de casa! Acerca da bateria “non-stop” de Dave Raun, que “pouco mudou ao longo de 14 anos”, fiquei intrigado. Será que o sr. Rios nunca ouviu o album Blaze? Não deveria o sr. jornalista saber que Raun não é o baterista original de Lagwagon, e como tal, não é possível julgar os últimos 14 anos de trabalho deste senhor na dita banda? E não são precisos anos de conservatório para notar uma percéptivel diferença do baterista anterior para este. Não me leve a mal, mas se o senhor não nota diferenças deste tipo, é possível que esteja na profissão errada.

Depois vem a dica de que Mister Bap e The Chemist pouco acrescentam ao que se conhece do grupo. Como é que é possível julgar aquelas duas músicas da mesma forma? Uma é palhaçada nítida e a outra segue uma linha iniciada em Blaze ( linha essa que, em termos de composição, dá pontapés no cu a quase todas as outras músicas de Lagwagon– agora se se gosta mais de umas do que de outras...), provavelmente é até uma sobra de estúdio- como Status Pools, e não é suposto que acrescente o que quer que seja ao que quer que seja. Do destaque feito para a produção e mistura do album também me ficam algumas dúvidas. A guitarra de Chris Rest, em várias alturas, pura e simplesmente desaparece ( ou anda muito perto disso! ). Sendo um excelente album ao vivo, a mistura tem falhas nítidas. Não comento a nota dada ao disco ( 6 / 10 ), isso já mete gostos ao barulho, e cada um tem os seus. Eu dei nota 9 de consciência tranquila, e expliquei porquê. Voltava a dar outra vez, porque o disco está nos três melhores albuns ao vivo que já ouvi ( se calhar sou eu que não oiço muita música, não sei... ).

Não quero começar qualquer tipo de guerra, mas também não estou aqui a falar por falar. Tenho conhecimento de causa, porque quando não tenho fico caladinho ( ninguém me vai ver fazer crítica ou contra-crítica a albuns dos Madredeus, da Björk ou dos Cypress Hill ). Compreendo que o sr. Pedro Rios escreve para muita gente, como tal não pode escrever de qualquer modo, e que tem limites impostos por um patrão ( limitação de caractéres, de vocabulário e outras tretas do género ) mas mesmo assim, acho que é necessário ter atenção ao que escreve, para não enganar quem lê. Não tem que escrever com amor á camisola, mas seja exacto e fidedigno a passar a informação ao leitor. Faça bem o seu trabalho, é pago para isso. Um bem haja para si.

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

To All My friends

Este post é lame, tou já a avisar! Hoje, talvez por ser sexta, talvez seja da idade, acordei assim, virado para o sentimento! Portanto, quem quiser ler javardeira, vá ao Blogue de Sanita ou ao Tudo á Estalada, ou então vá ao Moleskine para ler aguma coisa de jeito!

Numa qualquer noite de Verão, véspera de feriado ou fim de semana, na Rua da Misericórdia ( emblemática rua da terra onde o mar é mais azul, sede do mais clássico dos estabelecimentos comerciais da vila ), junto-me invariávelmente a ( quase ) todos aqueles que gosto. Falta-me sempre um ou outro, muito raramente estão lá todos, mas as noites vão-se passando de forma animada e bem disposta. Pessoas diferentes, com diferentes conhecimentos e diferentes estilos de vida, mas tudo sangue bom. Malta ( geralmente ) culta e informada, dos 20 e poucos aos 30 e tal anos, através dos quais vou enriquecendo a minha existência, com preciosas pérolas das mais diversas áreas, que vou recolhendo desta gente. As conversas, entre umas Minis e uns chás de menta, variam entre a política e a cretinologia ( ciência que não está ao alcance de todos, tem vindo a ser aperfeiçoada ao longo dos anos por uma irmandade secreta, uma espécie de iluminados cá do sítio, mas em bom! ), vão da música ao futebol, enfim, fala-se de tudo e de nada, mas sempre com o mesmo espírito, sempre com boa onda.

São gente bonita e espirituosa pá, são mesmo! ( é favor não confundir a “minha” turma com a Beautiful People, porque não tem nada a ver, ok? Não vamos misturar cagalhões com alfinetes! ) A malta mais conservadora ( os betos ) acha-se liberal por se dar bem com os “outros” ( a classe média, como diria o Antonis ). Os “outros” acham que dar-se com os betos é interessante. Ali há de tudo, e ninguém se dá mal. Existem, obviamente, uns elementos parvinhos, gente triste, que se acha superior e que olha de lado quem não é da mesma “turma”, mas são uma minoria, á qual é dada nenhuma ou pouca importância. É um sítio onde preconceito é apenas e só uma palavra estúpida. Ninguém repara em cursos, profissões, roupas, raças ou em ideais políticos. Não se descrimina ninguém por ser diferente, ali ninguém é posto de parte ( só se tiver o certificado internacional de imbecilidade! ). Não conheço, e duvido que existam, muitos outros locais, frequentados por tantas pessoas diferentes, onde o ambiente seja tão bom, tão familiar. Aquela rua é tipo o Cheers, onde somos sempre bem recebidos, onde há sempre uma cara amiga ( e as bebidas são a preços que já não se usam! He He He).

Dou-me bem com todos ( quer dizer... não me dou mal com ninguém, disso tenho a certeza! ) mas é claro que, como todas as outras pessoas, tenho os meus preferidos. São todos aqueles que nunca me julgam ( nunca o fizeram nem o vão fazer ), aqueles que me acolhem sem questionar nada ( mas que me ouvem, se eu quiser falar ), aqueles que todos os dias me recebem de sorriso rasgado. Não vou fazer listas nem mencionar nomes. Não por ter medo de me esquecer de alguém, mas apenas porque eles sabem que podem contar comigo sempre, e eu sei ( com o passar do tempo, cada vez melhor ) quais deles vão lá estar por mim, quando eu precisar-e chega sempre um dia em que precisamos! Não desfazendo de ninguém, e incluíndo 4 ou 5 caramelos extra, este post é ( além da merecida homenagem ao Lebre! ) um agradecimento á pandilha, por estes 5 anos bem passados! Estão a ver? Eu bem disse que isto ia ser lamechas ao máximo, por isso nada de refilar comigo nem de deixar comentários grosseiros, vocês só leram porque quiseram! Ah, e por antecipação... Parabéns Miss Lilly e Mr. Edu Rosso!

Será bom este fds! Temos festas de aniversário na aldeia gaulesa, com muitas Minis!

PS- Andam por aí umas senhoras e uns senhores, que por sinal pertencem ao meu círculo de amizades, desgostosos com alguns post deste blog, nomeadamente o de 2ª e o de 4ª-feira. Este pequeno aparte é exclusivamente para eles, lembrando-os do seguinte: Eu não sou de esquerda, apenas sou assumidamente contra a direita!

A política de direita, direccionada a criar e manter diferenciação entre as pessoas, das mais diversas maneiras- por credo, cor, posição social, etc, é algo com que não posso concordar. Somos todos de carne e osso, e, como seres humanos, devemos tentar atingir a união e a igualdade entre todos ( pois ninguém é mais ou menos do que ninguém ), e não criar uma sociedade de capatazes e escravos- pessoalmente, não gosto de mandar nem de ser mandado! Além de que este país teve uma ditadura fascista ( Sr. Félix, fascista quer dizer de direita, caso esteja confuso! ) de 50 anos, durante a qual foram mortas e torturadas pessoas, durante a qual se fez uma guerra para defender países que ocupámos sem ter o direito de o fazer, uma ditadura onde as liberdades e direitos dos cidadãos não existiam. E devido ao orgulhosamente sós hoje somos subdesenvolvidos, somos o cu da Europa. O atraso do meu país é, exclusivamente, culpa da direita.

Se os meus queridos amigos não conseguem ver e entender isto...

quinta-feira, fevereiro 24, 2005

The Chemist is Stokin' The Neighbors

Não acho particularmente fácil falar de albuns ao vivo. A grande maioria, dos que ouvi, prima pela ausência de pontos de interesse e/ou de novidades, sendo apenas um registo onde se podem ouvir versões um pouco diferentes dos originais de estúdio, servindo apenas como mais uma fonte de receitas para a banda que o editou. Nesses casos, os albuns servem apenas como atestado de incompetência, que as bandas passam a si próprias, pois uma banda que pouco ou nada tem a acrescentar em concerto, não pode ser tida em muita consideração ( digo eu! ). O caso de que vou falar hoje é o oposto.

Gravado em duas datas na Primavera de 2003, no arranque da tour do album Blaze em terras do Tio Sam, no House of Blues de Hollywood, este é um dos melhores albuns ao vivo que tive o prazer de ouvir ( e que esteve em vias de não ver a luz do dia, o que explica o tempo que passou entre a sua gravação e a sua edição –08/02/05 ). Joey Cape e companhia não dormiram na forma, e toda a energia, bom humor e interactividade com a maralha, típica dos concertos dos Laggies, transparecem perfeitamente na gravação.



A escolha das 22 músicas é bem distribuida pelos 6 albuns de originais da banda, mas estranhamente ( ou não? ), o album de raridades e lados b – Let´s Talk About Leftovers – é ignorado. Mas esse facto não altera nada, no que diz respeito á qualidade, o disco, pois sendo um albúm de Lagwagon, seria possível substituir aquelas 22 por outras tantas iguais ou melhores. Lá estão todas as músicas que sabemos que vamos ouvir num concerto de Lagwagon ( são muitas as semelhanças entre o alinhamento do disco e o do último concerto de Lagwagon em Portugal, dessa mesma tour ) É difícil destacar algumas, no meio de tanta qualidade, mas mesmo assim fica a chamada de atenção para Island of Shame, Give it Back, Burn, Stockin the Neighbors, Coffee and Cigarettes e Sick. Como pontos menos bons, aponto a estranha falta de comparência de Kids Dont Like to Share, a inclusão de Falling Apart, que teria sido facilmente substituida por uma qualquer outra música de Blaze ( sendo Dancing the Collapse ou Billy Club, por exemplo, alternativas de qualidade muito superior ), e a guitarra de Leon que, por vezes, quase desaparece na mistura.

A gracinha Back One Out, onde Joey passa para a bateria, as vozes ficam entregues a Chris “Big Bitch” Flippin e todos os elementos trocam de instrumentos é muito bem conseguida, e é, sem dúvida, um dos momentos mais bem dispostos do album. Seguindo essa toada, há também Coconut, uma macacada cantada pelo outro guitarrista, Chris “Leon” Rest. Ainda de salientar a apresentação de duas músicas novas: Mister Bap, meio séria / meio gozo, com uma sonoridade roçar o Hardcore mais brusco, cantada pelo baixista Jesse Buglione, e The Chemist, que é exclusiva deste Live in a Dive, mais um topo de gama dos Californianos, ao nível de Status Pools, que foi a contribuição da banda para a compilação Rock Against Bush Volume II.

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O cd, se comprado directamente á Fat Wreck Chords, vem acompanhado de uma BD,e tem cerca de 10 minutos de imagens, para ver no computador. Como album ao vivo é quase perfeito. Representa uma aposta segura para os fãs mais antigos, que ficarão agradados de certeza, mas é também uma boa aposta para aquele pessoal que prefere ter no carro um cd que visite todos os albuns. É, sem dúvida, um bom investimento. Vá, vão lá comprar!

Lagwagon - Live in a Dive #79 / 10 ( 0 / 10 )

quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Bye Bye Satan

Eu estava-me a conter, até porque o post pós-eleitoral já aqui foi feito, mas ele há certas situações que, por serem tão boas, levam-me forçosamente a deixar a minha dica. Este post esteve para se chamar “Post Comemorativo da Demissão do Santanás”, mas depois cheguei á conclusão que o título era demasiado pomposo, era dar demasiada importância a quem não a tem, demasiado para um loser, literalmente falando!

Confesso que gostei, principalmente porque não esperava, do tremendo chapadão que a direita levou ( cada um tem aquilo que merece, meus caros! ), da vitória tão expressiva da esquerda ( do Bloco, visto que essa conversa do PS ser esquerda... não sei, não! ). Também gostei muito de alguns senhores de direita, por sinal fundadores de partidos, que chamaram de incompetentes aos actuais líderes e anunciaram que o seu voto ia ser para a esquerda. Foi giro. Mas do que eu gostei mesmo foi das consequências dos resultados eleitorais! O palermita da franja, que só anda pelas feiras em altura de campanha, mas que no resto do tempo despreza o povo, andou aí a falar de 10%. De quê? Só se for o que te resta de cérebro, meu paneleirão! O barão da 24 de Julho, fez uma campanha típica de coitadinho, e como resultado teve os votos que pediu, pois dos fracos não reza a história. Conclusão- ponha o lixo no lixo, os dois para a rua e com o bónus da demissão ( ponto extra para o maricas que apresentou demissão na hora. Isto não é hómofobia, e apenas ser contra jogos de aparências e gente falsa! ).

Acho também que foram dados demasiados votos ao PS. As maiorias absolutas, sejam elas de quem forem, são perigosas. São uma ditadura de quatro anos, onde quem lá está põe e dispõe de tudo, como bem entender. Mas vou aguardar os desenvolvimentos, expectante e dando o benifício da dúvida, porque pior do que isto está não fica. Congratulo todos os portugueses que se dignaram dirigir ás urnas por dois motivos: A maior derrota da direita de todos os tempos e, como consequência, a demissão forçada dos respectivos patetas que comandavam esses partidos ( eu, até ver o desgoverno em funções, pensei que nunca iria encontrar ninguém mais incompetente que o Guterres... infelizmente, para o páis, enganei-me! ). Confesso que festejei entusiasticamente a saída de marcha-á-ré dos dois tótós, melhor do que isto só o Benfica campeão já este ano! Não falo do PCP. Peço desculpa aos simpatizantes, mas recuso-me a falar de um partido que estagnou, que anda a cantar a mesma lenga-lenga desde Abril de 1974. Chatos, pá!

Sendo apartidário ( e boa gente – digo eu! ), tenho amiguinhos nas duas fileiras, nos dois lados da barricada, e é giro constatar as diferentes reacções a tudo isto. Na noite de Domingo, que passei com adeptos da esquerda, a euforia era bem visível. Festejou-se, em véspera de dia de trabalho, até bem perto das três da manhã, o ” esmagamento da direita”, como ouvi dizer várias vezes ( mas depois não gostam de ser chamados de extrema esquerda, né?!? ). Ontem, no reverso da medalha, ouvi algo do tipo “(...) ainda bem que o PP não conseguiu os 10%, senão deixava de ser elite. E é preciso continuar a ser elite, para continuar a mandar nos outros todos. Sempre foi assim e sempre será!”. Mas do que este meu amigo se esqueceu, foi de que os “outros todos” são muito mais, e que, quando lhes salta a tampa, dão-se revoluções e afins, onde a “Elite” leva sempre na tromba forte e feio! Que se fodam as elites e os extremos, somos todos iguais!

Dou por encerrado este tempo de antena, agora vamos esperar para ver as mudanças. Desejo a maior sorte e bom senso aos novos dirigentes. Para vosso bem, do país e de todos os que cá vivem, façam por merecer a confiança que em vós foi depositada. Lembrem-se que aquilo que o povo dá, o povo também tira!

terça-feira, fevereiro 22, 2005

Are you a badfish too?

Este era um post que estava destinado a aparecer neste blog. A única dúvida seria o timing preciso onde devia ser publicado. Vim vos falar de um senhor chamado Bradley James Nowell, que nasceu a 22 de Fevereiro de 1968 e que estupidamente faleceu a 25 de Maio de 1996. Podia aproveitar esta última data para de certa forma lembrar a sua existência. Todavia penso ser mais respeitoso e mais significativo assinalar a vida que a morte.
Bradley consta que seria o típico “boa onda”, alguém que conseguia relacionar-se com todos, espalhar o bom senso e a alegria naqueles que o rodeavam. “despertou para a música” quando tinha cerca de 11 anos e fez uma viagem ás Caraíbas. O som original desta região do Mundo (Reggae) despertou-lhe a curiosidade e incentivou a sua busca pela comunicação através da melodia.
Bradley era originário de Long Beach ,California e aí formou a sua primeira banda que dava pelo nome de Hogans Heroes. Passados alguns anos, no final dos anos 80 encontrou Eric Wilson (baixista) e Bud Gaugh (baterista), membros estes que deram origem a uma banda denominada Sublime. Uma curiosidade inerente à formação da banda é que praticamente todos os artigos que li Lou dog, o cão de Bradley era considerado como um membro da banda.
Passado um tempo, a banda conseguiu um "reforço",Michael "Miguel" Happoldt, sampler e manipulação de sons.
Sublime como maior parte das bandas começou por ser uma banda de garagem. Eram conhecidos pela banda que ninguém gostava mas toda a gente os queria a tocar nas suas festas. Tocavam em troca de cerveja e sensimilla (Cannabis). O seu som era um pouco difícil de catalogar dado que percorriam desde o Ska-Punk, Punk rock, Reggae, Hip Hop, Dub e também um pouco de Hard Rock. Talvez fossem uns experimentalistas.
Brad e Miguel que era originário de uma banda chamada The Ziggens começaram por arranjar maneira de registar as suas músicas, adquiriram material(não sei se normalmente ou por outros meios menos claros...)e tentaram que aquilo tudo desse certo depois de misturado. Começaram por editar demo tapes, as quais eram distribuídas em concertos e lojas de música. Consta que a demo com mais sucesso intitulava-se “Jah won’t pay the bills”.
Dois anos mais tarde 40 oz to freedom foi gravado e vendido na carrinha que albergava o trio de Long Beach e também o seu agente canino (inspector Max, és uma farsa!). Sessenta mil cópias foi o número vendido.
A banda tinha como seu verdadeiro “ás de trunfo” a variedade musical aliada a uma voz doce com temáticas líricas extremamente sinceras. Sinceras pois o seu vocalista transmitia pela sua voz e sua guitarra um sentimentalismo puro. Nada de coisas feitas com segundas intenções. Talvez não lhe interessasse escrever algo que os outros gostassem mas sim aquilo que procurava “passar” aos outros; se resultasse tudo bem,senão.....azar!! Os temas abordados eram os mais variados, mas alguns ilustravam bem a adição à heroína pela qual Bradley passava. Em Pool Shark pode-se ler:” Now I got that needle that i can shake, but I can't breathe.Take it away, but I want more and more.One day I'm gonna loose the war."
Tenho a noção que sou um pouco fundamentalista quando abordo a música destes senhores mas desenganem-se aqueles que pensam que Sublime se resume ao Self Titled Album, que as suas melhores músicas são What I Got, Santeria ou Wrong Way. Sublime é o 40 oz to Freedom do principio ao fim, são músicas como Date Rape, Scarlet Begonias, Had a Dat, Work that we do, Dj’s, Waiting for my Ruca, Ball and Chain, Badfish, What Happened,etc....(já chega!).
Resta-me dizer que Bradley morreu em Maio 1996 devido a uma overdose de heroína apenas sete dias depois do seu casamento. Foi encontrado pelo seu companheiro canino Lou Dog. Estava no inicio da digressão do ultimo álbum.
Não presto vassalagem a ninguém por este Ter problemas com drogas, não ponho num pedestal quem “já não está entre nós”. Admiro sim um ser que musicalmente conseguiu passar uma mensagem de alegria, esperança e criatividade acima da média. Admiro um músico que tem fãs á sua espera para dar o concerto e que a única coisa que lhe falta é o resto dos membros da banda (parece que tinham tido um encontro inesperado com os senhores da autoridade) e quando lhe perguntam o que ele ia fazer, respondeu: “Eu? Vou subir ao palco e vou dar o concerto sozinho!”. Palavras para quê????
Live it up, be Sublime!


"...Before I end, and you'll be victims of my stories, tales, lies, and exaggerations..." in "Had a Dat" ,Second Hand Smoke

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

O polvo é quem mais ordenha!

Que dia radioso, até já choveu e tudo ( aposto que o país estava de castigo por ter tão mau governo! ). Confesso que não esperava uma derrota destas dimensões para a direita, mas só posso felicitar o povo português, que tantas vezes é inseguro e mandrião, por ter tido a coragem de proceder a uma reviravolta destas porporções. Caiu por terra o desgoverno, ficou bem expresso o desagrado do povo, para com uma política que era cada vez mais a do quero, posso e mando, para com uma política de constante favorecimento de ricos e poderosos, elitista e snob. Mas agora acabou! Ficou provado que o polvo é quem mais ordenha!

Se o Pedrocas não fosse tão cara de pau, tinha agarrado na sua trouxa, e tinha saído pela porta dos fundos com o rabinho entre as pernas ( como fez o outro rapaz, o Marinheiro ), mas ele, além de gostar do tacho, prefere tentar nova humilhação, quando for derrotado nas eleições internas, no tal congresso extraordinário dos laranjinhas. Ele há gajos com hábitos muito masoquistas! Do Marinheiro não preciso dizer mais. A queda foi vertiginosa e acentuada, ele fez as malas e bazou. A horas, porque já não diz coisa com coisa- chamou, por duas vezes, extrema esquerda ao BE. Que conversa é essa? Alguém entendeu? A sua demissão foi a única atitude correcta que o vi ter nos últimos 7 anos.

Uma esquerda forte, com 65% de votos, uma abstenção que foi menor, uma direita que tem apenas ( e já são demais ) um total de 84 cromos com direito a pousar a bufa no ringue de S. Bento, enfim, melhor era muito difícil. Foi uma derrota da direita e não uma vitória da esquerda? Como queiram, o que interressa é o resultado final, e não a exibição. Não quero dizer que o Sócrates é bom, ou que será melhor PM, mas visto ser já conhecida a incompetência do Pedrocas, Marinheiro e respectivo staff, acho que o novo PM merece, pelo menos, o benifício da dúvida.

Felicitações para aqueles que foram ( para mim ) os grandes vencedores destas eleições, o BE. Foi o partido que mais cresceu, conseguiu quase o triplo de deputados na assembleia ( passou de 3 para 8 ), e promete dar muita dor de cabeça aos rosinhas. Está na moda ser e votar no BE, é um facto. Mas mesmo assim, isso torna-se relativo, quando analisados os resultados eleitorais. Espero, para bem da oposição e do país, que esta moda, que este crescimento do BE não pare por aqui. É, sinceramente, a única força de oposição inteligente e coerente, é o único partido a que podemos verdadeiramente chamar de oposição.

Este é o meu primeiro post como parte integrante deste blog ( já tinha escrito aqui, mas como convidado ). Devido a falta de tempo, meu e dos meus companheiros de blog, o Tzara vai ser suspenso ( e não extinto ) por tempo indeterminado, passando eu a fazer parte do staff do Mini Sagres On Line, após irrecusável convite do Superminizinha. Com ele e com o Cheech, formarei um Power-Trio, de modo a conseguir manter o Mini Sagres como um blog incoerente e disparatado, mas sempre senhor da razão! Conto aqui continuar a publicar as missivas d´O Comandante, sempre que ele me faça chegar material do seu refugio na serra da Arrábida, e farei intervenções sempre que achar pertinente e relevante, condicionadas, obviamente, á minha disponibilidade.

Fora do meu campeonato ( pois não me meto nesse tipo de assuntos ), e falando também de fusões, o Joanssen ( também conhecido como Mais Forte ou como Fora-da-Lei ), extinguiu o seu blog futebolístco, de nome Mete já o Paulão, para aderir á redacção do explosivo Tudo á Estalada. Este Blog foi também reforçado com a entrada de Mr. Ron Jeremias, e está para breve a entrada do Antonis, do Blogue de Sanita. Acredito que todas estas colaborações vão ter resultados positivos. Entretanto, hoje o dia é de festa, este ar de mudança só nos faz bem! Vamos aproveitar o dia para disfrutar do sabor da vitória de ontem, vamos aplaudir de pé o esmagamento da direita. Até breve.

sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Politicamente falando...

...é como quem diz, porque este post, que se deve ao futuro acto eleitoral de Domingo, não devia ser necessário. Esta farsa, estas eleições nem sequer deviam existir! Sim, porque o governo não devia ter sido demitido, pelo incompetente do presidente. Porque, esmiuçando o assunto de cabo a rabo, um governo que não foi eleito, não pode, obviamente, ser demitido! Ou seja, este governo, por estas razões, e por todas as outras que estamos carecas de saber ( e de sofrer na pele ), nunca devia ter existido! O Durão bazou, a festa acabou, meus amigos! Isto não é o da Joana! Quer dizer, não deveria ser o da Joana, mas é do Pedrinho, do Jorginho e do Paulinho, o que, bem visto, é 50 vezes pior do que se isto fosse de uma qualquer Joana que por aí anda ( eu também tou a falar assim porque não conheço muitas Joanas...).

Gostei de saber que anda por aí muito religioso. É bom saber, uma pessoa dorme mais descansada, quando sabe que os dirigentes do seu país ficam tão transtornados com a morte de uma senhora idosa ( que segundo uns dizem, viu umas cenas – imaginem se a dita senhora vivesse em São Francisco em plenos 60´s, a quantidade de visões que ela não ia ter...), transtornados ao ponto de interromperem a respectiva campanha eleitoral, numa sentida homenagem á D. Lucia. No Basket, quando as equipas estão a começar a perder por muitos, os treinadores arranjam sempre modo de pedir um Desconto de Tempo, para quebrar o rítmo ao adversário. Também gostei de saber que o vosso verdadeiro PM, o Paulinho Marinheiro ( não, não me enganei a escrever, é mesmo assim! –e digo o vosso porque não votei, nem nele nem em nenhum outro, como tal... Peraí, alguem votou nestes gajos? ), se colou a uma cerimónia funebre familiar. Qualquer semelhança com a realidade da campanha eleitoral, não é pura coincidência!

Suspeito que o Pedrocas e o Paulinho Marinheiro andem a fazer das suas. É que enquanto, aqui na minha zona, os outros partidos se aguentam com uns Outdoors pequenitos, o vosso PM e respectivo Testa-de-Ferro ( Paulo e Pedro, é importante não trocar a ordem da coisa! ), desde o início da dita campanha, já trocaram por 4 VEZES os cartazes com aquelas lindas fronhas! Ainda por cima, uns mostram que são mesmo estúpidos, é que sendo Portugal um país com elevada taxa de analfabetos, parece-me arriscado fazer campanha com as fotos dos opositores ( por cá, denominamos estas habilidades como tiros no pé...). Mas com isso posso eu bem. Só espero é que os meus impostos, aqueles que ando a descontar para um dia mais tarde NÃO ter direito a reforma, não andem a pagar campanhas de manhosos – se me dissessem que os gajos gastavam tudo no Elefante Branco, eu ainda dizia “bem, que se foda, pelo menos que seja assim...”, agora em campanhas para causas perdidas... tenham paciência!

Não, não vou falar dos outros partidos políticos, porque esses de momento não me interessam, não são esses que estão no poleiro. Mas também não vou aqui fazer campanha pela esquerda, nem nada que se pareça. Não quero que associem este blog, ou os seus elementos, a instituições ou partidos de esquerda. Não temos filiação nem estamos a torcer por ninguém em especial, apenas queremos tirar do poleiro quem lá está. Aqui ninguém tem tempo de antena. Mas não deixo de apelar ao voto, de preferência em branco.

Sei que as alternativas aos partidos do governo são quase tão anedóticas como os que lá estão, mas não deixem de votar por causa disso. Nem que seja por respeito a todos aqueles que quiseram votar, e esse direito não lhes foi concedido, nem que seja por todos aqueles anos em que não foi permitido a nós, o povo, escolher quem nos governa. Se querem ter o direito a protestar, a dizer mal do governo, a dizer públicamente que tá tudo na merda e que ninguém faz nada ( como nós aqui ), usem o vosso direito ( e privilégio ) de voto. Porque isso de andar aí a falar mal, de constantes queixas e lamúrias, mas depois na hora votar, é mentira... Então, pá? Se vocês não fazem nada, se ninguém se mexer, as coisas vão ficar sempre na mesma. E nem usem a desculpa de que um só voto não muda nada, porque existem mais pessoas que pensam assim, e é desse modo, devido a essa mentalidade, que as coisas não andam para a frente! Indignem-se. Protestem. Mas façam-no da maneira certa. Domingo vamos todos lá, porque todos temos uma palavra a dizer.

Muitas Minis ( Sagres, óbvio! ), e bom fds!

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Recordações de Aljezur...

Sábado, 01/01/05 ( quer dizer, a esta hora é possível que já fosse Domingo, dia 2, mas isso agora não interessa nada! ). Após o terceiro dia de intenso combate contra as forças do mal, o grande Edu Rosso quase tombou. Ao contrário do esperado, o Fora-da-Lei, ao invés de ajudar o combalido companheiro de armas, não conseguiu conter o riso. O resultado foi este:



Ele há dias assim, dias em que até os mais fortes vão ás cordas, mas como disse o próprio- "O barco estava quase a ir ao fundo, mas não vai ao fundo porque eu vou deitar a carga ao mar!". Mais palavras para quê?

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

Mini Momentos - Publicidade Enganosa...

Andam por aí uns berlogues, elaborados por gente inculta e pouco digna ( para chamar os bois pelos nomes, estou a falar desse bloguezito fascista que é o PixaComXis Produxões ), a apregoar uma falsa mini. É verdade, eu também fiquei chocado quando vi isto:



Os senhores da cerveja manhosa ( vulgo Super qualquer coisa ), após o fiasco que foi a mini Bock ( na foto, é a do meio ), aquela que não é mini nem média ( é mérdia ), decidiram tentar novo ataque, desta feita a roçar o ultraje e com despeito! Acreditem os meus caros amigos que, esta malandragem, contratou uns quantos arrumadores, para andarem de café em café, de tasca em tasca, a roubar vazilhame da Sagres, para depois de removerem os respectivos rótulos, e colocarem aquelas coisas feias a dizer Super... bem, vocês sabem!

O que é isto pá? Vocês não sabem perder, é? E a seguir? Como por aí não há Mini Preta, vai sair uma mini-Stout, é? Vão-se catar, Mini que é Mini, só há uma, é a Sagres e mais nenhuma! Por isso, alerto os meus caros amigos e leitores, para que não bebam qualquer Mini cujo rótulo não seja igual, ou parecido, com o da foto que está aqui por baixo! Prefira a original, rejeite as imitações! E mais nada!

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terça-feira, fevereiro 15, 2005

Agenda Cultural

Depois de um 2004 fraco de concertos ( ok, até pode ter sido um bom ano, mas só para a malta mais mainstream e mais indinheirada, aqui para estas bandas evitam-se concertos sobrelotados e com ingressos de valor superior a 25€, mesmo sendo os mesmos no formato festival ), onde, pela primeira vez nos últimos 13 anos, não fui a qualquer show, este ano de 2005 ( já contabilizando a excelente prestação da No Smoking Orchestra no mês passado! ) começa muito, muito bem!

No primeiro dia de Super Bock temos a presença dos System of a Down e dos Audioslave, mas contra o poderio das bandas joga o preço do bilhete ( 38€ ), o local do evento ( Parque Tejo ), o facto de serem bandas repetentes no nosso país e de não terem material novo,e ainda a barracada que foi o úlltimo Super Bock, em termos de organização ( desde uma deficiente colocação do palco á escassez de barraquinhas a vender cerveja ). Não é a melhor das apostas, mas não deixam de ser duas bandas bastante apetecíveis. Ah, e acho que os Manson também vão aparecer por aí, mas o recado acerca deste é copy paste do das linhas acima. Fica a sugestão para as gerações mais novas.

A 21 de Maio, no lindíssimo Coliseu dos Recreios, Jack Johnson vai pela primeira vez actuar em solo nacional, após ter cancelado ( á última da hora ) a participação no concerto de Ben Harper, que decorreu no Pavilhão Atlântico. Serão já apresentados temas do novo album, prestes a sair, de nome In Between Dreams. É uma onda acústica e tranquila, e é um concerto com certificado de garantia, pois este senhor, além de ser o afilhado de Ben Harper, já se fez acompanhar pela secção rítmica dos extintos Sublime- mais palavras para quê? Quem conhece o trabalho de Jack Johnson, sabe que os 20€ do bilhete serão muitísimo bem empregues. Para quem não conhece, fica a informação de que os bilhetes para a plateia estão quase esgotados, o que quer dizer alguma coisa, certo? Posso afiançar que serão umas horas bem passadas nessa noite, que quem for não se irá arrepender de certeza.

Jack Johnson

Para a turma do Hardcore, no Paradise Garage, já no final deste mês, o ataque sonoro vai ser efectuado pelos velhinhos Agnostic Front e pelos também velhinhos Exploited. Concerto para homens de barba rija, nada recomendado a meninos- a não ser que saibam bem o que vos espera, e mesmo assim... Aposto que vai haver batalha campal durante o Slam e o Pogo, neste concerto Old School, no qual eu, como qualquer outra pessoa com amor á própria pele, não vou meter os pés!

No Use for a Name

a finalizar ( e este vou anunciar a fazer uma vénia ), temos o regresso da Deconstruction Tour a Portugal, que este ano vai ter como cabeças de cartaz No Use For a Name, Strung Out e Only Crime ( para os menos informados, estes senhores são formados, entre outros, por elementos dos Descendents e dos Good Riddance ). A estas bandas juntam-se outras 5 já confirmadas, das quais destaco a presença lusa dos Aside – só espero que não me metam lá os Fonzie ou os Tara Perdida outra vez, é que, sinceramente, já enjoa levar sempre com estes gajos! As festividades terão início pelas 16h, no pavilhão Acácio Rosa ( acho que se chama assim, é o do Belenenses! ), e pelas esperadas 8h de festa a organização apenas cobra uns míseros 22€ ( mais barato só oferecido! ). Ah, isto é no Domingo, dia 15 de Maio! Para todos estes concertos, os bilhetes estão á venda nos locais habituais!

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Mini Momentos - Meio Aniversário!

Começou por brincadeira, quase sem querer. Numa naquelas longas noites de verão, passadas na Rua da Misericórdia entre uma Mini e outra, após ter lido por algumas vezes o blog de um grande amigo ( os créditos de inspiração são todos do Guitarrista e da sua Querida Guitarra ), abordei my friend Cheech e a conversa foi qualquer coisa como:

-Olha lá, e se fizessemos um blog?
-Sobre o quê?, e fez-me aquela cara tipo “será que temos algo de útil para dizer”.
-Sobre o que quisermos, toda a merda que nos apetecer. Bola, música, cinema, sei lá, o que calhar. Cada um escreve quando quiser, acerca do que quiser.
-Bora lá a isso então

Foi simples, nada mais fácil. O convite foi feito também a outros dois amigos, Mr. Ron ( que tem mais que fazer do que se meter nestes ballets ) e ao “Angry Samoan” HR ( que meses mais tarde viria a fundar o Moleskine ). Mr Ron deixou a possibilidade pendente, condicionada pelo seu tempo disponível, e o baixinho declinou o convite por motivos profissionais. Mesmo a dois a coisa foi para a frente. Por ser o blog com menos pretensões na net ( não há intenção de dar novos mundos ao mundo através disto ), o nome tinha que ser algo que conseguisse abranger tudo e nada ao mesmo tempo, algo que não tivesse qualquer tipo de compromisso com qualquer assunto, a não ser com divertimento e com a paixão pelas Minis.

Ás minhas sugestões de “Mini Stars On Line” ou “Xarope de Mini Preta”, o Cheech respondeu com Mini Sagres On Line. Era aquilo, não havia volta a dar! E assim, o que começou, no dia 13 de Agosto de 2004- fez ontem 6 meses ( as perspectivas não eram de tanta duração, aliás, não haviam perspectivas nem pretensões em relação a nada! ), vai hoje de vento em popa. Tendo em conta o objectivo inicial ( ou a falta dele ), podemos dizer que isto está a correr bem melhor do que o esperado.

Resta agradecer a todos os que colaboraram com as idiotices e fanfarronadas que aqui fomos apregoando, tenha sido em forma de post, foto, comentário ou inspiração ( não faço uma lista porque tenho medo de me esquecer de alguém importante ), sabendo que, com a vossa ajuda e enquanto tivermos disparates para dizer, este blog irá atingir o primeiro aniversário ( pelo menos...). Parabéns para nós! E vocês não se façam rogados, digam aí o que vos vai na alma, é só carregar em cima das dicas para um mundo melhor!

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Cufk, Tish, Sips...

Para os que não sabem, o título deste post é a letra de Tourette´s, que na realidade quer dizer - Fuck, Shit and Piss. E agora, passando a algo completamente diferente...

Não se tratava ( nem se trata ) de ser diferente, nem sequer de tentar ser diferente, é apenas uma questão de gosto pessoal. Encontro nos Nirvana algumas das músicas mais brilhantes e genuínas que conheço, mas também são deles algumas das músicas mais chatas que já ouvi. Exemplos? Em In Utero ( o melhor album de Nirvana, e o resto é conversa ) existem maravilhas como Frances Farmer ou Serve the Servants, mas nesse cd está uma aborrecida e repetitiva Rape Me. Em Nevermind temos Polly ( que, quanto a mim, nem na versão eléctrica de Incesticide se safa ), Something in the Way ( que é das musicas mais monótonas, monocórdicas e sem sal que já ouvi até hoje ), e Come as you Are, que é, provavelmente, a pior música de Nirvana e é, de certeza, a mais irritante. Acerca dos outros albuns, que são secundários ( se na discografia dos Nirvana apenas existissem Bleach e Incesticide, Cobain tinha sido apenas mais um junkie que tinha dado um tiro na cabeça, o Grunge não tinha saído de Seattle e os Guns n´ Roses ainda seriam os reis e senhores do planeta Rock), reservo-me ao direito de não me manifestar.

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Os Nirvana são bons. Aliás, são excelentes mesmo! Deixaram ao mundo um legado fabuloso, abriram portas a muita gente, são um dos expoentes máximos no que diz respeito a integridade e honestidade na música, um exemplo a ter sempre em conta. Mas, ao contrário do que diz muito boa gente, não são perfeitos, e nem tudo o que fizeram tem qualidade. Cobain não era um deus, era apenas um gajo inconformado, nado e criado numa parvónia no meio de nenhures, que escrevia ( quase sempre ) boas canções e dava concertos fantásticos. E pelo que me foi dado a conhecer, ao longo destes 14 anos, nem ele queria ser visto como um deus. Ponto final, fim de questão.

Decidi-me por este post para esclarecer a minha posição acerca dos Nirvana, pois sei que há quem pense que eu embirro com eles, em especial com o Cobain. O que não podia ser mais falso. Eu gosto de Nirvana, bastante mesmo, apenas não acho que eles tenham sido a melhor banda que já existiu. Mas tenho plena noção que foram a banda mais importante para o universo musical desde o final da primeira geração do Punk. Não gostar de Cobain? Por acaso, o meu ódio de estimação nos Nirvana sempre foi o Novoselic, mas confesso que não tenho grande respeito por suicídas. Muito menos quando esse suicída tem o melhor emprego do mundo, e, além disso, é cobarde ao ponto de abandonar uma filha bébé nas mãos de uma pessoa como a Courtney Love. Pelo modo como Cobain decidiu terminar a sua existência, não tenho qualquer tipo consideração ou respeito, mas isso não significa que não simpatize com ele. Aliás, qualquer tipo que goste de Rock, e que cresça numa parvónia, cercado por pessoas de vistas curtas e de língua comprida, facilmente se consegue identificar ( e simpatizar ) com Cobain e com a raiva e inconformismo da música dos Nirvana. Tudo aquilo é genuíno e real, e as pessoas “verdadeiras” encontram ali abrigo.



Falo aqui dos Nirvana porque eles são importantes. E merecem ser eternamente recordados, devido a essa mesma importância, que tiveram na música e na vida de milhões espalhados por todo o mundo ( ainda hoje me auto-mutilo por me ter baldado ao concerto de Cascais, para ir ver um BenficaPorto, mas pelo menos a vitória foi nossa ). A minha adolescência teria sido uma seca sem os Nirvana e sem todas aquelas bandas que eles me deram a conhecer ( dos Mudhoney aos Sonic Youth, e muitas mais ). Devia-lhes este post, por tudo o que representaram – e representam - na minha vida, por intermináveis horas de prazer, por terem sido muitas vezes um escape, uma bóia de salvação ( como canta, e bem, o Lint em Radio – “when i got the music, i´ve got a place to go!” ). Por tudo isto, fica aqui a minha homenagem e agradecimento a Kurt Cobain e aos Nirvana. Se faço parte da Geração Nirvana? Farei sempre. Orgulhosamente!

Mini-Sagres na mão, uma bela tocha acesa e um rádio com Tourette´s a tocar no volume máximo! Mais do que suficiente para este ser um bom fds!

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

My Generation

Sabendo que vou surpreender algumas pessoas, espero que este post agrade a todos. Havia muito para dizer ( e não vai ficar tudo dito ), como tal, o texto será dividido em duas partes ( para não saturar ninguém – esta é para ti Jójó! ). É um regresso a um passado recente e um tributo ao mesmo tempo. Faltam poucos dias para que se celébre a passagem dos Nirvana por Portugal, e cerca de 2 meses para chegarmos ao aniversário da morte de Kurt Cobain. Já lá vão 11 anos, e passado todo este tempo, ele voltou a entrar na minha vida, desta feita, através do livro “Odeio-me e quero morrer”. Após poucas páginas, relembro, com uma certa nostalgia, os primeiros anos dos 90´s, o surgir de todo aquele movimento cultural, a excitação de estar a presenciar algo novo e importante, o prazer de fazer parte de algo que estava em pleno crescimento.



A liderar a poderosa locomotiva, que saía da zona de Seattle a todo gás para conquistar o planeta, estava um rapazito enfezado e louro, de barba por fazer, com roupa suja e esburacada, que tão depressa sussurrava de modo quase impercéptivel, como vociferava a plenos pulmões. Não haviam cá lacas e calças de cabedal, não havia espaço para palcos gigantescos nem tempo para intermináveis solos de guitarra, nada de rock stars afectados e posers, zero mariquices e cliches do Hard Rock / Heavy Metal. Foi um pontapé nos tomates do mainstream, veio para matar os horríveis anos 80. Era música feita por pessoas reais para pessoas reais. Apareceu do nada, varreu tudo como um furacão, virou moda e desapareceu com a mesma rapidez com que tinha aparecido. Cru e duro, com a mesma atitude e energia ( a expressão bateu forte e passou depressa aplica-se perfeitamente ), o Grunge foi o renascer do Punk, mas em versão anos 90.

Entre desabafos, entrevistras, e comentários de alguns ilustres, encontro, facilmente, mil razões para o fascínio que ele causou entre quase todos os jovens da minha geração. Viviam-se tempos de indefinição, era uma geração sem identidade cultural, que sobrevivia das sobras da década anterior, uma década vazia de conteúdo, onde a imagem era tudo e a mensagem inexistente, uma década governada por heróis pré-fabricados, exportados para o mundo pelo monstro MTV. Cobain foi a pessoa certa na altura certa. É o típico anti-herói, o gajo da porta ao lado, e é, sem dúvida, o personagem mais carismático da década passada. Por tudo isto, apesar de toda aquela aura negativa e depressiva que o circundava, é perfeitamente compreensível o motivo pelo qual muitos o adoram ( sim, ainda hoje ) e o vejam como um semi-deus. Muitos sim, todos não.

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Numa outra comparação com o Punk do final dos 70 ( e estabelecendo as devidas diferenças ), vejo os Nirvana um pouco como os Sex Pistols, no aspecto em que, apesar de serem eles quem mais chamou a atenção para o respectivo movimento, nem por isso eram a melhor banda. Nunca fui o maior fã de Nirvana, longe disso ( dentro do chamado Grunge, as minhas primeiras escolhas foram sempre os Alice in Chains e os Soundgarden, e até acho bem mais piada aos Foo Fighters do que aos Nirvana ). Mas sempre que falo sobre eles com alguém, especialmente se for da minha geração ( a geração Nirvana, quer gostem ou não ), e digo “reconheço a sua importância e a sua qualidade, mas, mesmo na altura, nunca foram a minha banda preferida”, recebo sempre um olhar de desaprovação, do tipo “deves ter a mania que és diferente...”.

( continua )

quarta-feira, fevereiro 09, 2005

Manifesto Anti-Carnaval

Tinha pensado vir aqui dizer uns disparates acerca do Carnaval, contar umas macacadas com piada, que tivessem acontecido nestes dias, mas mudei de ideias. Ao contrário de anos anteriores, onde até me consegui divertir bastante, este Carnaval reforçou tudo aquilo que sempre pensei acerca da ( mal) dita festa. O Carnaval é uma festa opressora e anti-democrática. Não? Pensem bem, é que no Carnaval é obrigatório andar bem disposto e divertido, durante aqueles 4 dias, todos temos que gostar de samba, todos temos que levar com bisnagadelas ou com apitos ao ouvido e responder sempre com um sorriso. Isto sob pena de sermos postos de parte. É Carnaval, ninguém leva a mal? O caraças é que ninguém leva a mal! Dispenso perfeitamente os vários tipos de poluição sonora destes dias e o levar com água all night long, principalmente com o frio que está!

Todos aqueles menos apreciadores destas touradas ( como eu ), são sempre olhados com desdém, além de serem constantemente massacrados com piadinhas repetitivas, alusivas á ausência de máscara. Mas está escrito em algum sítio que é obrigatório sair mascarado para me divertir no Carnaval? Existe uma lei que me force a gostar do Carnaval ao ponto de me obrigar a utilizar a porcaria de um disfarce para sair de casa? E, sinceramente, é essa atitude de merda, tida pela generalidade dos foliões, que me faz gostar cada vez menos do Carnaval. E o que dizer sobre o típico rapagão que se veste com trajes femininos e dá largas á sua alegria? São, salvo raríssimas excepções, aqueles rapagões homofóbicos, todos muito machos, que se enojam de dar ou receber um beijo de outro homem, mas que não se importam nada de passar por puta durante 4 noites. Recalcamentos? Procurem ajuda profissional ou tratem de assumir o que aí vai dentro.

No Carnaval, especificamente no de Torres Vedras, acontecem coisas surreais, como pedirem 2 € por um copo de plástico com cerveja morta. Também acontece extorquirem dinheiro aos contribuintes para estes poderem atravessar vias públicas ( 5€ !!!!! ), tudo isto devido á passagem do corso. Então e aqueles que se estão cagando para os desfiles? Com que direito se vedam ruas? Quem são os senhores da CM de Torres Vedras ou da organização do Carnaval torreense, para determinarem em quais ruas a população portuguesa pode ou não circular livremente? Que eu saiba, num país livre, não se criam barricadas nas ruas por causa de uma festarola tonta, não se condicionam os acessos a todos por causa das brincadeiras de alguns. Querem cobrar entradas? Criem recintos próprios para os cortejos ou então utilizem os milhares de recintos e espaços mal aproveitados espalhados pelo país ( e em Torres existem mesmo várias alternativas ), agora cobrar pela utilização de ruas é, no mínimo, de muito mau gosto.

Já o disse anteriormente, vivo num local onde se vive intensamente o Carnaval, e, devido á proximidade e outras condicionantes, a visita ( pelo menos uma ) ao Carnaval de Torres é certa, sagrada e divertida. Mas este ano, apesar de várias tentativas para animar a coisa ( sucessivamente boicotadas por indecisões ou por más decisões ), tudo correu de modo a reforçar a minha opinião acerca do Carnaval. Tal como na passagem de ano, é exercida uma pressão natalícia sobre as pessoas, não no sentido de sermos bonzinhos e solidários, mas existe aquele dever de ter que ser especial, de ter que ser divertido, e preferencialmente mascarado. Essa obrigatoriedade acaba, geralmente, em plano furado, tão grande é a expectativa que se cria á volta de tudo isto. Gosto pouco desses ballets, não gosto de me mover a contragosto e essa obrigatoriedade é ridícula.

Existe o direito á diferença, está salvaguardado na constituição. O Carnaval que se foda!

sexta-feira, fevereiro 04, 2005

O Carnaval, esse animal.

É, cá estamos nós outra vez no Carnaval. Uma altura engraçada, em que nada se leva a mal, em que o espírito festivo alegra e contagia todos, certo? Errado! Todos os anos, com o aproximar da data, vou ficando cada vez mais deprimido. Quase todas as pessoas que conheço, andam em stress a tratar das máscaras, mas eu só rezo pelo final desta quadra, que, sinceramente, muito pouco me diz. É uma situação complicada, pois os meus amigos adoram a época, e, aqui para estas paragens, o carnaval é assunto sério. Talvez devido á proximidade de Torres Vedras, não sei, mas certo certo, é que não há festa ou feriado que rivalize com estes 4 dias ( a única excepção é o dia da Espiga, de que falarei na altura própria ), vá-se lá saber porquê.



Não é que me falte sentido de humor, ou que não goste de me divertir, mas o Carnaval, para mim, de bom só tem o feriado. É claro que acabo por alinhar nas brincadeiras, até uso máscara ( apenas para não passar aqueles dias a responder á fatídica pergunta “porquê que não estás mascarado?” ), mas não entendo o motivo para tanta alegria e felicidade nestes dias. Qual é a diferença entre estes e os outros dias do Inverno?

Avaliando a situação, cheguei a algumas conclusões, motivos pelos quais não acho grande piada ao Carnaval. Atentem:

- Muitas vezes chove, o que obriga as pessoas a acotevelarem-se dentro de bares e discotecas, já por si sobrelotados, e para isso tenho o Verão
- A música, além de pavorosa e repetitiva, é sempre a mesma todos os anos, independentemente do sítio para onde se vá;
- Está sempre um frio do caraças, o que me leva a fazer vénias a certos disfarces que vejo por aí;
- Todos se embebedam no Carnaval, nem que seja para ganhar coragem para sair mascarado. Como nunca precisei de motivos para me embebedar, nem para andar na rua a fazer figura de urso, não compreendo o fascínio da coisa
- Não se pode molhar quem mais apetece molhar, os mascarados. Porquê?
- Não se consegue perceber se as mascaradas são giras ou não ( seja pela bebida que nos turva a visão, seja pelo disfarce que utilizam )
- As únicas mini-saias que se conseguem ver nestes dias são utilizadas por gajos com uma barriga de cerveja maior que a minha
- As escolas de samba portuguesas são compostas por bailarinas gordas e desengonçadas, que não estão a sambar, mas a sim a tremer de frio
- Para não variar, ao invés de termos uma identidade própria para o nosso Carnaval, fomos copiar tudo a algum sítio, neste caso ao Brasil



São apenas alguns motivos que me levam não entender o espírito folião dos tugas. Mas enfim, encaro o Carnaval como uma ida á praia ( depois explico isto ), não faço nenhuma questão de lá ir, mas sempre que alinho acabo por me divertir em altas. Este ano não será excepção, até já tenho máscara e tudo...

Volatarei 4º-feira, com os relatos desta quadra festiva.Até lá, divirtam-se muito, bom fds e bom Carnaval, de preferência cheio de Minis!

quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Raridades e mais novidades do mundo Mini

Pois é xabalada, voltamos a ter novidades! As mentes prodigiosas que criaram este belo blog, não contentes com o trabalho feito, decidiram criar um novo, desta feita, dedicado ao insulto e ao desporto rei. Passo a explicar- a clubite é uma doença que afecta grande parte da população portuguesa ( e a quase totalidade dos frequentadores assíduos deste tasco ). Para que essa clubite tenha um local próprio onde possa ser levada a extremos, para que se possa insultar gratuitamente o próximo ( assegurando á partida que a violência nunca passará de palavras escritas ), e também para evitar que post sobre assuntos sérios (?) sejam bombardeados com comentários acerca de bola, o staff do Mini Sagres criou, para exclusivo deleite dos seus estimados leitores, o poderoso blog Tudo á Estalada. Agora é só irem lá espreitar e participar. Quem quiser fazer parte, é só enviar um mail para o endereço que está a seguir aos links, que a malta aqui terá todo o pazer em enviar o respectivo convite de participação.

Além disto, fica aqui a foto que prova a união entre o Mini Sagres e a PixaComXis Produxões, tirada numa manifestação de protesto anti Rock in Rio, no verão de 2004.



Deixo aqui também uma raridade, algo quase impossível, e um exclusivo. Para quem possa estar interessado, aqui fica uma foto que é um exemplo brilhante do estado Zen, da introspecção em estado puro, tirada na primeira noite do ano de 2005. Agora sim, pela primeira e ( quase de certeza ) última vez neste blog, o Superminizinha ao vivo e a cores...



Como vos disse, aqui está o Mestre em profunda meditação!

quarta-feira, fevereiro 02, 2005

Diana Jones and the Vietnam Whiskey Dancers (3)

Tinha chegado o dia da estreia, que seria numa simpática e amena noite de Março. Sexta feira, casa cheia, faltava apenas meia hora para o início do concerto, e Diana ainda não tinha aparecido. Levado pela preocupação, pois não conseguia falar com a namorada, o baterista atravessou toda a vila a correr, para ir bater a porta do T1 de Diana. Ninguém abriu. Horas passaram, concerto cancelado, e finalmente, os bombeiros conseguem arrombar a porta do diminuto apartamento. Diana estava esta caída no linóleo que cobria a divisão principal da habitação, deitada sobre uma poça do seu próprio sangue. O médico legista contabilizou nove golpes feitos com arma branca.

Ernesto conseguiu evadir-se numa 5ª feira á tarde, do estabelecimento prisional do Linhó. Num pulo chegou a Sintra, e, nessa mesma noite, com duas boleias, chegou a uma vila á beira mar. Sem dinheiro, refugiou-se dentro de um barco de pesca, para não passar a noite ao relento. Na manhã seguinte, ao mendigar uns trocos para uma bucha, á porta de uma pastelaria, reconheceu Diana, que entrou sorridente, de mão dada com um rapaz. Diana não o reconheceu. Para Ernesto, a sua sorte acabava de mudar, pois acabava de dar de caras com a pessoa que mais queria encontrar em todo o planeta, a cabra que o tinha denunciado ( mal sabia ele que o chibo tinha sido o senhor Antunes, proprietário da oficina onde Ernesto trabalhava, por estar farto de o ver interromper o trabalho para vender ganzas aos putos lá da rua ). Seguiu-a de uma distância segura, até perceber onde morava a ex-namorada. Depois, esperou o momento certo, e esgueirou-se pelas traseiras do prédio, tendo permanecido escondido na zona das garagens durante horas.

Diana regressava do sound-check, deviam ser umas seis e tal da tarde. Ia a casa tomar um banho e jantar, pois queria estar sozinha e sóbria, concentrada no concerto ( o resto da banda ia para a cave jantar uns frangos, acompanhados com uma palete de Fink Brau, tudo rematado por sobremesa composta de charros de White Widow, visto que a ocasião era especial ). Não ia permitir falhas, naquela que seria a sua primeira grande noite, rumo ao estrelato. Ernesto empurrou-a com força para dentro do apartemento, assim que ela meteu a chave na porta. Antes de ter tempo de se aperceber o que lhe estava a acontecer, já Diana tinha sido esfaqueda por duas vezes, pelas costas, na zona dos pulmões. Quando se conseguiu virar, para tentar reagir e ver o seu agressor, Ernesto golpeou-a mais duas vezes, uma no coração e outra na garganta. O destino de Diana ficou traçado após aquele quarto golpe. As últimas cinco estocadas foram golpes de raiva, dadas num corpo já sem vida.

Ernesto revirou o pequeno apartamento, e encontrou as ecónomias de Diana, escondidas dentro da capa do vinil Road to Ruin , dos Ramones. Era dinheiro suficiente para um bilhete de avião, e para se aguentar uns dois ou três meses, o tempo que precisava para arranjar um emprego e começar vida nova, lá fora, nos States. Já tinha o destino escolhido, ia para New Orleans...

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Diana Jones and the Vietnam Whiskey Dancers (2)

Hey! Por aqui, vamos hoje continuar a história que deu origem á mítica banda. Amanhã teremos o fim desta tragédia que começou no Dafundo.

Na véspera de Natal desse mesmo ano, Diana desembarcava no aeroporto da Portela.
Tinham passado praticamente dois anos, desde a data em que, no mesmo aeroporto, embarcou para o outro lado do oceano. Desta vez chegava determinada a vencer, a ter sucesso. Sempre com o sonho de vir a ser uma estrela no mundo da música, Diana apontava agora as suas baterias ao Punk Rock, pois a experiência em New Orleans deixou-a ciente das suas limitações, mas sabia o que queria. Apesar de um pouco gasta, era ainda jovem e bonita, e tinha a noção de que com a atitude certa, e rodeada das pessoas certas, não seria muito difícil chegar onde pretendia, não ia olhar a meios para atingir os seus objectivos.

Havia imenso para contar acerca de si mesma, o que juntamente com toda aquela revolta que sentia, devido ás acidentadas curvas da sua vida, iria conseguir transformar em boas canções Punk. Disso ela tinha certeza absoluta. Queria motivar as jovens adolescentes com o seu exemplo de força e rebeldia, tipo Avril Lavigne, e, ao mesmo tempo, apostava em mostrar ás mulheres da sua idade ( e até ás mais velhas ), que era possível ser puta e santa ao mesmo tempo, sem se perder nada com isso. Muito tinha Diana para contar. Mas primeiro tinha que se estabelecer em algum lugar.

Não voltou ao Dafundo, sabia de antemão que não iria ser bem recebida pelos pais, por isso procurou nova paragem onde assentar. Seguiu para norte, descobriu uma vila simpática, bem perto do mar, e alugou um T1, que lhe chegava perfeitamente, pois vivia sozinha, e não tinha ideia de mudar essa condição, dizia que já tinha tido a sua conta de homens. Conseguiu emprego numa loja de discos, um segundo num bar local, e nos dois locais colocou anúncios, nos quais se lia: Vocalista com experiência e material procura restantes elementos para formar banda Punk. Pede-se aos interessados o favor de se dirigirem ao balcão. Perguntar pela Diana.

Mas nada, ninguém mesmo. A comunidade Punk naquela pequena vila era muito reduzida, não eram mais do que meia dúzia de gatos-pingados. E desses, os poucos que conseguiam arranhar um qualquer instrumento, já tinham a sua própria banda ( e única na localidade, eram os Panque Izznott Dad ). Numa chuvosa noite de 3ª-feira, como era a sua noite de folga do bar, decidiu ir ver a dita banda, num concerto que ia ter lugar numa pequena cave, que era também a sala de ensaio dos rapazes. Além dos amigos da banda, e de dois agarrados locais, Diana era a única pessoa presente. Quis o destino que o vocalista dos Panque Izznott Dad, tivesse uma quebra ( devido a uma sobredose de Haxixe e Tequilla ), e como não conseguiu terminar o concerto, foi corrido da banda.

Dois dedos de conversa com o baixista, umas cervejas de lata do Lidl, umas ganzas, e uma noite que terminou no colchão estacionado a meio do quarto de Diana, e pronto, no ensaio seguinte lá estava ela, de microfone na mão. A banda começou a levar melhor rumo com a entrada da vocalista, e passados dois meses de ensaios, Diana ( que por esta altura já andava enrolada com o baterista ) conseguiu marcar um concerto no bar onde trabalhava. Tinha ganho grande influência na banda, e por ter tanto espaço de manobra, decidiu que, para uma estreia em grande, a banda precisava de um nome á altura. Em memória dos tempos difíceis que tinha passado nos states, e por ser ela o centro das atenções, a banda passou a ser conhecida como Diana Jones and the Vietnam Whiskey Dancers.

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