quinta-feira, fevereiro 24, 2005

The Chemist is Stokin' The Neighbors

Não acho particularmente fácil falar de albuns ao vivo. A grande maioria, dos que ouvi, prima pela ausência de pontos de interesse e/ou de novidades, sendo apenas um registo onde se podem ouvir versões um pouco diferentes dos originais de estúdio, servindo apenas como mais uma fonte de receitas para a banda que o editou. Nesses casos, os albuns servem apenas como atestado de incompetência, que as bandas passam a si próprias, pois uma banda que pouco ou nada tem a acrescentar em concerto, não pode ser tida em muita consideração ( digo eu! ). O caso de que vou falar hoje é o oposto.

Gravado em duas datas na Primavera de 2003, no arranque da tour do album Blaze em terras do Tio Sam, no House of Blues de Hollywood, este é um dos melhores albuns ao vivo que tive o prazer de ouvir ( e que esteve em vias de não ver a luz do dia, o que explica o tempo que passou entre a sua gravação e a sua edição –08/02/05 ). Joey Cape e companhia não dormiram na forma, e toda a energia, bom humor e interactividade com a maralha, típica dos concertos dos Laggies, transparecem perfeitamente na gravação.



A escolha das 22 músicas é bem distribuida pelos 6 albuns de originais da banda, mas estranhamente ( ou não? ), o album de raridades e lados b – Let´s Talk About Leftovers – é ignorado. Mas esse facto não altera nada, no que diz respeito á qualidade, o disco, pois sendo um albúm de Lagwagon, seria possível substituir aquelas 22 por outras tantas iguais ou melhores. Lá estão todas as músicas que sabemos que vamos ouvir num concerto de Lagwagon ( são muitas as semelhanças entre o alinhamento do disco e o do último concerto de Lagwagon em Portugal, dessa mesma tour ) É difícil destacar algumas, no meio de tanta qualidade, mas mesmo assim fica a chamada de atenção para Island of Shame, Give it Back, Burn, Stockin the Neighbors, Coffee and Cigarettes e Sick. Como pontos menos bons, aponto a estranha falta de comparência de Kids Dont Like to Share, a inclusão de Falling Apart, que teria sido facilmente substituida por uma qualquer outra música de Blaze ( sendo Dancing the Collapse ou Billy Club, por exemplo, alternativas de qualidade muito superior ), e a guitarra de Leon que, por vezes, quase desaparece na mistura.

A gracinha Back One Out, onde Joey passa para a bateria, as vozes ficam entregues a Chris “Big Bitch” Flippin e todos os elementos trocam de instrumentos é muito bem conseguida, e é, sem dúvida, um dos momentos mais bem dispostos do album. Seguindo essa toada, há também Coconut, uma macacada cantada pelo outro guitarrista, Chris “Leon” Rest. Ainda de salientar a apresentação de duas músicas novas: Mister Bap, meio séria / meio gozo, com uma sonoridade roçar o Hardcore mais brusco, cantada pelo baixista Jesse Buglione, e The Chemist, que é exclusiva deste Live in a Dive, mais um topo de gama dos Californianos, ao nível de Status Pools, que foi a contribuição da banda para a compilação Rock Against Bush Volume II.

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O cd, se comprado directamente á Fat Wreck Chords, vem acompanhado de uma BD,e tem cerca de 10 minutos de imagens, para ver no computador. Como album ao vivo é quase perfeito. Representa uma aposta segura para os fãs mais antigos, que ficarão agradados de certeza, mas é também uma boa aposta para aquele pessoal que prefere ter no carro um cd que visite todos os albuns. É, sem dúvida, um bom investimento. Vá, vão lá comprar!

Lagwagon - Live in a Dive #79 / 10 ( 0 / 10 )

Comments:
É bom!É!É sim senhor!É!
 
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