quarta-feira, dezembro 07, 2005

Presidenciais 2006 - Volume 1

Estamos prestes a chegar ao Natal, e como isto é um blog de gente séria, vamos (como sempre) cumprir com a nossa palavra. Começamos hoje a dita análise as Presidenciais de Janeiro próximo, pelo candidato mais á esquerda. Não é uma questão de favorecimento ou gosto pessoal, é apenas uma questão de lógica, ou seja, vamos fazer isto da esquerda para a direita.

Francisquinho Sem Gravata, candidato do Bloco, é um gajo esperto. É mesmo, queiram ou não, gostem ou não dele. Já o demonstrou várias vezes, e vai continuar nessa toada de certeza absoluta. Na realidade, ele não é candidato ás próxima presidenciais. Quer dizer, é, mas ao mesmo tempo não é – e já vão perceber como cheguei a esta conclusão. O rapaz, com aquele look alternativo e descontraído (como toda a turma do BE), a fazer pré-campanha, sem a habitual comitiva de mandatários, de aduladores e bajuladores nos calcanhares, a fazer-se deslocar numa carrinha (ao invés do carrão típico de candidato), consegue atacar nos sítios certos. Ao contrário do candidato típico, que opta pelo bombardeamento-arrastão, onde o que interessa é atingir o maior número de pontos no mais curto espaço de tempo possível, disparando em todas as direcções, o Francisquinho é mais cirúrgico nas suas intervenções.

Ao invés de se deslocar, dentro de um impecável fato de 600€, por mercados e feiras, beijando as criancinhas, sorrindo para o povão e distribuindo autocolantes e bandeirinhas, para criar a ilusão de que realmente se importam com as pessoas e não com o tacho que o Palácio de Belém garante, o Xico (pode ser Xico, né? O gajo é do Bloco, não se deve chatear se eu o tratar por tu) afina a pontaria e vai atacar em locais estratégicos. Exemplos? Ainda ontem esteve numa universidade, local onde sabe que está á vontade, onde joga em casa, onde sabe que tem quem realmente o oiça. E lá, em quem o ouve, tem um potencial voto, não só hoje mas também (se o trabalho continuar a ser bem feito) nas futuras eleições que estão para vir. O Xico aposta, e bem, num crescimento gradual do seu Bloco, que ainda agora apareceu e já dá na boca do PP.

Por isso digo que ele é e não é candidato nestas próximas eleições. Ele, neste momento está a fazer o trabalho de casa, a preparar terreno para as eleições de 2016. E aí, além deste trabalho em realização, ajudado pela previsível e incompetente governação de mais uns quantos governos e presidentes PS e PSD, ele não deve ter os 5.7% que lhe atribuem neste momento. O bloco central que se cuide…

Comments:
Caro Super,

Tenho que reconhecer a qualidade desta crónica. É pertinente e bem observado.

Agora, essa visão futurista (e enquanto pessoa que muito dificilmente votaria "à direita", seja lá o que isso significa), não me agrada especialmente.

No entanto, seria engraçado ver no poleiro a "malta" da ponta esquerda, nem que seja num "Bloco lateral".

Inté.
 
Sim, acho que tens razão. O Bloco é daqueles partidos que perderiam a piada toda se tivesse um crescimento absurdamente grande!
 
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