quinta-feira, julho 07, 2005

Silence

Pois é, parece que este dia de Julho passará a figurar como mais um dos episódios sangrentos da nossa história.
Nestas alturas a única coisa que ocorre pensar é nas razões que nos levam a nós, seres humanos, a agir de forma tão brutal e impiedosa. Hoje em dia matam-se pessoas em grande escala como se tratassem de objectos programados para figurar num jogo de vídeo. Não temos respeito pela história,pelo direito de viver, sobre as posições que cada um de nós tem em relação a certos assuntos.
O terrorismo não se afigura como proveniente só do oriente do planeta. É obvio que estes senhores não são nenhuns santinhos (longe disso) mas é incorrecto pensar que o ocidente não possui terroristas. Mudam os dialectos, mudam os fatos,mudam os discursos. Mas agora o que é realmente importante pensar é que infelizmente somos governados por pessoas a quem o negócio absorveu todos os sentimentos, toda a dignidade,enfim, toda a natureza que o ser humano é suposto possuir.
E agora senhor Blair? Onde está o seu amigo cowboy dono do mundo? Será que vossa excelência ainda pensa que valeu a pena violar todas as regras por umas pretensas armas nucleares e uma boa fatia do bolo Iraquiano cobrido a ouro negro? E já agora senhor Blair......espero que não se tenha magoado neste atentado porque se hoje houve irmãos que nos deixaram e provavelmente foram dos imensos que se manifestaram contra essa guerra insana; deixa-me a pensar que você que tanto insistiu nessa anormalidade possa ter sido um dos alvos daqueles bichos que pretendem lutar o fogo com fogo. Mas mister Blair,você estava bem protegido,não estava??
Ps: Responda-me,estou preocupado consigo.

Comments:
Trés bien mr Cheech. Mais um tiro de certo, e nem foi preciso mira telescopica! ;-)
 
O gozo que estes atentados vos dão é incomensurável...
 
E o gozo que vos dá a guerra no Iraque? Só soldados americanos abatidos já vai em (bastante) mais de mil, iraquianos nem vale a pena contar (ninguém poderá dizer, ao certo, quantos já morreram)...

Isto sem contabilizar que o sr. Bush encerrou as festividades, oficialmente, no dia 1 de Maio de 2003 (sim, já passaram mais de 2 anos) e de lá para cá aquilo cada vez se parece mais com o Texas. Coincidências, ou talvez nem tanto.
 
Vocês têm memória curta. O 11 de setembro passou-se antes da guerra do Iraque.


Já que leêm pouco deixo-vos uma entrevista interessante.

No ano passado, Paulo Moura, jornalista do Público, entrevistou Omar Bakri Mohammed, um sheik que se autoproclamava “líder do Londonistão” e “Teórico da Al-Qaeda na Europa”. Na entrevista, publicada a 18 de Abril de 2004, Omar Bakri falava da “inevitabilidade” de grandes atentados terroristas em Londres e dos grupos que os preparavam. Como é fácil ser profeta quando se controla os cordelinhos que precipitam o Apocalipse.

Aqui ficam, reveladores, alguns excertos dessa entrevista (PÚBLICA Domingo, 18 de Abril de 2004) :

“O terror é a linguagem do século XXI”

PÚBLICA: Acha que vai ocorrer algum grande atentado em Londres?
Omar Bakri Mohammed: É inevitável. Porque estão a ser preparados vários, por vários grupos.(…)

P. Há muitos desses grupos “free-lance” na Europa?
R. Cada vez mais. O que é perigoso, porque nem todos têm a preparação teórica adequada. Aqui em Londres há um grupo muito bem organizado, que se auto-intitula Al-Qaeda-Europa. Divulgam, pela internet e email, muito material de propaganda e têm um apelo muito grande sobre os jovens muçulmanos. Sei que estão prestes a lançar uma grande operação.(…)

P. Como sabemos que um atentado é realmente da Al-Qaeda?
R. É fácil. Em primeiro lugar são sempre operações em grande escala. O texto divino é claro quanto à necessidade de provocar “o máximo dano possível". O operacional tem portanto de certificar-se de que mata o maior número de pessoas que pode matar. Se não o fizer, espera-o o fogo do Inferno. Em segundo lugar, a Al-Qaeda deixa sempre uma impressão digital: uma pista, como um carro com um Corão ou uma cassete, para ser encontrado pela Polícia. Terceiro, os ataques são feitos em dois ou três lugares ao mesmo tempo. Finalmente, a linguagem. Nos comunicados, basta ler uma frase para se reconhecer o seu rigor teórico: não há nenhum sinal de nacionalismo, não se dizem árabes, nem palestinianos, apenas muçulmanos. Falam sempre do martírio, da morte.(…)

P. Mas o que pode justificar matar deliberadamente milhares de civis inocentes?
R. Nós não fazemos a distinção entre civis e não civis, inocentes e não inocentes. Apenas entre muçulmanos e descrentes. E a vida de um descrente não tem qualquer valor. Não tem santidade.

P. Mas havia muçulmanos entre as vítimas.
R. Isso está previsto. Segundo o Islão, os muçulmanos que morrerem num ataque serão aceites imediatamente no paraíso como mártires. Quanto aos outros, o problema é deles. Deus mandou-lhes mensagens, os muçulmanos levaram-lhes mensagens, eles não acreditaram. Deus disse: “Quando os descrentes estão vivos, guia-os, persuade-os, faz o teu melhor. Mas quando morrem, não tenhas pena deles, nem que seja o teu pai ou mãe, porque o fogo do Inferno é o único lugar para eles".(…)

P. O Corão diz isso?
R. Sim. As pessoas não percebem, porque a televisão e os jornais só entrevistam os seculares. Não falam com quem sabe. Os seculares dizem que “o Islão é a religião do amor". É verdade. Mas o Islão também é a religião da guerra. Da paz, mas também do terrorismo. Maomé disse: “eu sou o profeta da misericórdia". Mas também disse: “Eu sou o profeta do massacre". A palavra “terrorismo” não é nova entre os muçulmanos. Maomé disse mais: “Eu sou o profeta que ri quando mata o seu inimigo". Não é portanto apenas uma questão de matar. É rir quando se está a matar.

P. Isso quer dizer que o terrorismo é natural e legítimo?
R. Só é legítimo o terrorismo divino.(…)

P. O que pretende a Al-Qaeda?
R. O terror. Estão empenhados numa jihad defensiva, contra os que atacaram o Islão. E a longo prazo querem restabelecer o estado islâmico, o califado. E converter o mundo inteiro.(…)

P. Os EUA podem negociar com a Al-Qaeda?
R. A Al-Qaeda é por natureza uma entidade invisível, não é um Estado, por isso não pode dialogar com um Estado. O seu projecto é derrubar os governos corruptos dos países muçulmanos, substitui-los por governos islâmicos e reconstituir o califado. Nessa altura, como Estado, poderão negociar com os EUA, de igual para igual. Primeiro, tentarão um pacto de segurança com eles. Dirão: nós fornecemos o petróleo e viveremos em paz, mas na condição de podermos divulgar livremente o Islão no Ocidente. Se os americanos não permitirem isto, então o califado terá de lhes declarar guerra.(…)
 
Para terminar, outra leitura:

http://controversamaresia.blogspot.com/2005/07/vou-explicar-vos-uma-coisa-com-toda.html
 
Já conhecia a entrevista. Não podemos misturar tudo no mesmo saco. Isso é ter palas nos olhos.
 
Compreendes então que isto não tem fim?? Que começou antes da invasão do Iraque e vai continuar depois de os aliados se terem vindo embora?
Já agora diz-me o que achaste do link que deixei...
 
Atenção: eu não aprovo, de modo algum, qualquer tipo de atentado contra inocentes. Nem sou a favor de terrorismo de qualquer espécie. O que sei é que são tão terroristas os árabes como os senhores de fato que se reuniram em Glasgow, e do contrário ninguém me convence!

Ainda não vi o link Mr. Bekx, mas irei ler com olhos-de-ler assim que me for possível. grande abraço
 
O problema é que o teor da mensagem, passada pela Al-Qaeda (e por quem "trabalha" com eles), é igual ao dos "outros": religião e fe, e religião e fé, tudo à mistura com política, em países (e Constituições) ditos laicos.

Só para exemplo: o Senador John Kerry nunca pôde admitir durante a campanha eleitoral que não era um cristão convicto. O Bush - e a generalidade do eleitorado americano - comia-o vivo (como acabou por comer) se tivesse admitido tal heresia...

Não vais querer determinar no tempo e no espaço quando começou esta guerra de "surdos mudos". É impossível, terias de recuar várias décadas e acontecimentos para encontrar uma linha de raciocínio lógico. A ocupação dos territórios sagrados (no que hoje conhecemos como) Israel, o 11 de Setembro, o apoio ao Regime Taliban contra os Russos e depois a Guerra do Afeganistão para tirá-los de lá, o 11 de Março, a 1ª e a 2ª Guerra do Iraque, são todos episódios (juntamente com muitos outros) da mesma "telenovela".

Infelizmente, nem eu, nem vocês, muito menos quem perdeu a vida nestes acontecimentos - directa ou indirectamente - contribuiu para a resolução desta história. Quem de direito não tem interese nisso.
 
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