quarta-feira, maio 18, 2005

Deconstruction Tour 2005

Após o derby de Sábado, e respectivas comemorações de alguns pela noite dentro, a pandilha rumou á capital em velocidade de cruzeiro. Estava um Domingo solarengo, e pouco dado a grandes andamentos – para isso já íamos ter o resto da tarde e a noite, pois o serão ia ser de Rock n´Roll, e só por si prometia velocidade. Apesar do cartaz ser o mais fraco de todos os Deconstruction que por cá já passaram, a expectativa era alguma, pois o festival itenerante já não nos visitava desde 2002 – e porque os Strung Out estavam no cartaz! Foi também a mais reduzida delegação enviada pela turma a um evento deste tipo – eu, o Cheech, HR e o Edu Rosso, que nos juntámos no local ao Edson, Mr. Jackson e ao Bush, Jorge. Foi também o primeiro Deconstruction em que o THC não disse “presente” – em parte por culpa minha, bem sei! - o que nos deu uma perspectiva bastante diferente sobre os vários acontecimentos do evento – fomos uns bravos , autênticos escuteiros, quase quase Straight Edge, fora uma cervejita ou outra!

Já passava das 17.30h quando entrámos no pavilhão Acácio Rosa ( pavilhão do Restelo ), que tinha um terço do pessoal que ali esteve há dois anos para ver Fat Mike e sus muchachos, e já os lusos Aside estavam a terminar o set, mas ainda deu pra ouvir umas duas ou três músicas. Confesso que fiquei surpreendido pela positiva, visto que o quadro que me tinham pintado acerca dos Aside era bastante negro. Não ouvi o suficiente para construir uma opinião fundamentada sobre a banda, mas não me pareceram tão maus como me tinham dito. E como faltaram três das bandas do cartaz ( prática comum na versão portuguesa do Deconstruction, se bem me lembro, em nenhuma das 4 edições que por cá passaram, o concerto foi igual ao que anunciava o cartaz ), os senhores seguintes foram os Only Crime, que subiram ao palco as 18.15h, para enfrentar uns escassos 300 espectadores, pois a banda é, relativamente, desconhecida, e a essa hora, lá fora, o sol ainda era bastante apelativo.

Para quem, como eu, nunca teve oportunidade de ver Good Riddance e os Descendents ao vivo, os Only Crime são uma pequena amostra dessas duas bandas, devido á presença de Russ Rankin, vocalista de Good Riddance ( ou Good Reason, como diria Mr. Jackson ) e de Bill Stevenson, baterista dos Descendents. E, fora possíveis comparações com essas bandas, o som é bom! Muita correria e muito salto em palco, um espectáculo oferecido por uns senhores entradotes mas que, em energia transmitida, envergonhariam muita banda de putos que por aí anda. O set foi composto pela ( quase? ) totalidade das músicas de To the Nines, o albúm de estreia da banda, num concerto marcado pelo profissionalismo da banda, em especial de um dos guitarristas, que mesmo de correia partida não interrompeu o concerto nem deu prego! Duas pequenas notas - a 1ª envolve um jovem tolo, que brindou Russ com o levantar de um copo de cerveja, ao que o vocalista respondeu amavelmente, mostrando-lhe a sua mão esquerda, com o dedo do meio levantado! A 2ª foi ver o Russ cá fora, na zona de comes e bebes, á procura de algo para comer que não fosse carne – deviam ter visto a cara dele a olhar para a roulotte das bifanas – só visto! Hehehe. Cumprido o dever, vamos á próxima etapa.

Strike Anywhere. Barulho. Pelo simples gozo de fazer barulho. Mau. Muito mau. Acho que posso dizer terrivelmente mau! Fiz-me gaja e fui direitinho á banca da t-shirts, para ver se completava a minha colecção para o verão 2005, e não me saí nada mal. Próxima paragem foi num dos bares, totalmente fornecidos pela Sagres – coisa rara em festivais, na torneira da menina da Puma ( as imperiais mais bem tiradas e mais frescas de todo o recinto, garanto! ).

Boy Sets Fire. Interessantes, pareceram-me melhores do que na primeira vez que cá vieram, num anterior Deconstruction. Eu não conheço o material dos senhores, mas mesmo com uma prestação interessante, eles não foram bons o suficiente para me fazer ficar muito tempo diante do palco. Ainda por cima estava mesmo na hora de jantar!

E chegou o segundo momento alto do evento – Strung Out! Estes senhores, que falharam o concerto de NOFX por problemas no seu autocarro, tinham muita gente á espera deles. Foi a primeira visita de Jason Cruz e seus pares a Portugal, e o vocalista cedo se apressou a pedir desculpa por terem falhado a visita de há dois anos. Pormenores, eles já estavam desculpados. As más-línguas andavam por aí a dizer que eles estavam virados para o gel, que eram os novos meninos-bonitos da MTV, mas afinal… o que eu vi, e bem de perto, foram 40 minutos de boa forma, de bom som ( não sei se o Pedro Rios foi ao concerto, mas se foi engoliu um sapo do tamanho do palco! ). Digo-vos já que, se aquele é o som da MTV, vou começar a prestar mais atenção ao dito canal. O set baseou-se, maioritariamente, no novo albúm Exile in Oblivion e em Twisted by Design, e faltou uma ou outra clássica ( como The Kids ), mas em 40 minutos era difícil fazer melhor do que aquilo. Na última música, Match Book, houve uma invasão de roadies e de pessoal de outras bandas, que desmantelaram toda a bateria, perante ar incrédulo do baterista Joey Burns e das gargalhadas dos ladrões e dos restantes Strung Out.

Faltavam as figuras de proa para encerrar a última data da Deconstruction Tour 2005, tarefa que coube aos Mad Caddies desempenhar. E muito bem cumpriram eles o que lhes estava destinado, pois nunca me diverti tanto num concerto como me diverti neste! O espírito era o habitual, o de festa! O ska / punk dos californianos levantou quem se tinha resguardado nas bancadas até essa altura, e meteu um pavilhão inteiro a dançar – a nossa pequena delegação até criou uma roda privada, só pra nós, muito boa onda! Villans, Road Rash, Monkeys, The Gentleman, No Hope, Mary Melody, Drinking for 11, Days Away, All American Bad Ass… sei lá…todas, todas aquelas que estávamos á espera, com um pequeno encore composto por Machos Nachos e Goletta. A apoteose foi quando Ed “The Dude” Hernandez decidiu dar espectáculo, e saltou para o meio da maralha de trombone na mão, ficando por lá ficou a tocar, como se não fosse nada com ele! A noite termina com uma multidão em palco para ajudar no encore, com muitas fotos a serem tiradas lá de cima, com inúmeros dives feitos pelo staff da Deconstruction e com o vocalista Chuck Robertson a exibir um belo cachecol vermelho, do glorioso SLB ( até ele, que não é de cá, sabe o que é bom! )! Enfim… foi a festa do costume!

Os Caddies ganham o troféu de melhor concerto do dia, mas só no foto-finish é possível relegar os Strung Out para o segundo lugar – sendo que o terceiro lugar do pódio pertence, indubitavelmente, aos Only Crime. Que a Deconstruction Tour volte para o ano, mas que traga um nome “grande”, é desolador ver apenas cerca de meio pavilhão cheio num evento destes ( só em Caddies a sala ficou bem composta, mas aí ficaram as bancadas vazias ). Mas bom, bom mesmo, foi ter passado umas boas 6h no recinto e não ter dado de caras, nem uma única vez, com o Xibanga… uma verdadeira satisfação!

Comments:
Excelente report. Eu que não fui fiquei esclarecido.

P.S.: Não sei se a citação é minha, mas não me lembro de ter dito que os Strung Out eram os novos meninos bonitos do MTV. O que tenho visto e escutado recentemente dá-me a ideia de que são uma banda ligeiramente formatada ao nicho MTV e com gel. Mas é apenas uma opinião. Eu até curto algumas malhas de Strung Out.
 
Strung Out são uns mestres! "Nicho" MTV... desde quando a MTV é um nicho?

Ron, tu não conheces Strung Out, de certeza. É daquelas bandas que nunca (ou muito dificilmente) tocariam nesse canal televisivo. Aliás, nunca vi qualquer referência aos senhores em qualquer "air-play" MTV'niano. Não que isso me incomode, tou-me perfeitamente a cagar se eles passam ou não na MTV.

Mas a música é como a bola: todos têm opinião e todos gostam de botá-la para fora. Eu (e não só) tenho a minha, tu tens a tua. E pronto.
 
My dear friend Ron- o recado era para o teu querido amigo Pedro Rios (daí a chamada de atenção com o nome dele). E, se tinha algumas duvidas acerca do gel (geradas por rumores que circulavam desde a edição do ultimo cd), elas foram completamente dissipadas com este concerto. nem gel, nem brilhantina -so mesmo rock n roll, aquilo não foi pra meninos!!

Fortissimo - que merda de comentario foi esse, meu? Se Strung Out não é uma banda a sério, nenhuma outra é!!! Agora, se não gostas... problema teu!
 
São só opiniões e não discussões.
 
E tu conheces Pig Destroyer - banda que apelidavas de barulho numa vinda na van?

Não me adianto em relação a Strung Out, até porque lhes adivinho uma extinção para um futuro próximo.

Ya, é como o futebol. E pronto. Tá-se bem.
 
Só pra dizer que The Dude só há um,Jeffrey Lebowski e mais nenhum!!
 
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