sexta-feira, janeiro 07, 2005

O fim de 2004

Aos primeiros raios de sol do último dia de 2004, acordei relativamente bem disposto. Deviam ser umas onze e tal, quando o Cheech e Miss L., se meteram a caminho da praia do Canal, para a última surfada do ano, acompanhados por quase todos os elementos da comitiva (sabem quem ficou para trás? Isso mesmo, a força especial de elite!). O dia estava radioso, nada frio, e a ressaca não deu a cara, apesar da noite anterior ter acabado numa das conversas intermináveis que tenho com o Guitarras, acompanhada pelas peças de xadrez, respectivo tabuleiro, uns ginzitos para mim e o Whiskey do costume para o sr Famoso. O que deu ramboia até pertinho das 7 da manhã.

Adiante. Levantei-me do sofá onde arrochei, e fui despertar o Fora-da-Lei e o Rosso, que ainda dormiam que nem anjinhos, e o combate começou cedo. Entre o já habitual Tonic, cerveja e outras substâncias que alteram a lucidez (que costumam ser servidas enroladinhas, tipo cigarro), a saída para o almoço não foi possível antes das 14h. Lá demos com um cafezito, onde deu para comer umas bifanas em fatias de pão alentejano, e depois, para fugir de toda a agitação que reinava naquela vila (aldeia? Sinceramente, não sei…), fomos até casa, para mais uns rounds de preparação, tipo treino livre da F1.

Mais perto do final da tarde, enquanto eu embalava freneticamente as munições para uma longa noite de combate, o rapaz que almeja ser meu cunhado, fez aquilo que, creio eu, pode ser chamado de uma obra de engenharia moderna. Com a contribuição do Rosso, e de mais alguém que não me recordo, o raio do puto fez um canhão digno desse nome! Pois é, aquilo media uns bons 12/15 cm, e tinha um penta-filtro, logo por aí, conseguem perceber a espessura do bicho! Foi uma bela sobremesa!

Passamos á caserna de baixo, para jantarmos, com todas as tropas reunidas ao mesmo tempo (o que foi coisa rara, garanto!), naquele que foi um agradável jantar de despedida de 2004. Ainda não eram 11h, já os mais impacientes queriam ir laurear a pevide, mas nós, os mais fortes, votamos contra! Como aquilo era (mais ou menos) uma democracia, acabamos por sair, em busca de local para festejar a passagem de testemunho. O bar local, o tenebroso Piranha, estava fechado. Então, pegou tudo nos carros, e fomos em busca da sorte.

Espanto geral, aquando da chegada á localidade em si - é que ali também estava tudo fechado! Gente estranha, esta do sul. Após voltas e voltas de pesquisa, questionamos um bando de rapazolas que circulava por ali (as únicas alminhas que saíram de casa antes das 12 badaladas!), acerca das opções que poderíamos ter. Népia, zero! As opções eram o baile dos bombeiros (opção que agradou a uma escassa minoria) e o castelo, de onde ia ser lançado o fogo de artifício (devia ter dito fireworks? Ficava melhor?). A merda dos votos outra vez, e vai tudo recambiado para o castelo!

Chegados ao topo da colina, não me surpreendi quando vi que não havia nada para fazer, a não ser um contemplar um belo céu estrelado e correr, para evitar a hipotermia. Meia noite. Pum. “Só isto? O quê, viemos parar aqui acima por causa de um foguete? Mais valia termos ficado em casa…”, disse alguém que já não tava a curtir muito a cena. O fogo não achou piada ao desabafo, e retaliou em altas! Aquilo foi uma chinfrineira do pior, uma sessão de explosões como só é possível apreciar nos filmes de Hollywood. E aí sim, começou a festa! Gargalhadas, champagne e baseados, tudo se estava a encaminhar para um boa festarola, mas o melhor foi mesmo ver o Fora-da-Lei (aquele que se diz forte…), a correr para dentro dos carros, com medo das canas. Amiguinhos, aquilo só visto.

Estava na hora do pontapé. Mr. Ron, que por esta altura tinha uma tira de plástico a fazer de cinto (que se partiu, em resultado de uma queda semi-aparatosa), foi rei e senhor da pista de dança, deixando incrédulos os nativos, executando com mestria e imperturbável, o seu excelente “The boxers move”, que consiste num difícil movimento de dança, tipo dança do ventre, mas com as calças pelos tornozelos! Nada de tentar isto em casa, garanto que é só para profissionais!

Quando o HR (companheiro do Blogue de Sanita e mentor do Moleskine) ordenou “ Medieval up your ass!”, as tropas reagiram de imediato! Sabíamos que estava na hora marcada, e lá fomos nós, para a disco, ver as modas daquelas bandas (isto apenas com metade da comitiva, os mariquinhas bazaram pela 1h!). Chegados á Medieval, o ambiente era delirante. Tínhamos á disposição uma linda máquina de bola com bola (na qual Ron mostrou quem mandava ali!), martelada da melhor/pior (agora escolha), uma quantidade de cromos (destaque para o velho do barrete) e o bar do decote…hrrr, perdão, eu quis dizer caipirinhas.

Entre umas e outras bebidas, os mais afoitos, decidiram enrolar umas dentro da disco. So far so good. Mas quando as decidiram fumar no meio da pista, eu fiquei a achar que somos mesmo fortes! Um rapaz perguntou ao HR “pode-se fumar aqui?”, ao que o meu companheiro respondeu “eu não sou o dono, mas até agora ninguém nos disse nada!”. Então, como estava tudo a correr bem demais, o Fora-da-Lei decidiu perder ao cartão, e foi o que se esperava. O Guitarras (que naquela altura já era contrabaixo) a dar a tanga ao porteiro, o Fora já soprava, e nós ali ficamos, a ver no que dava. Mas como, quem tem Rosso tem tudo, a situação ficou resolvida! Pois é, enquanto ia em furiosa perseguição de uma moçoila, o homem achou um cartão! Tudo resolvido, baza para casa? Mentira, ainda faltava ver o Guitarras a expelir aquilo que apelidou de "negatividade, de modo a começar bem o ano!".

Home sweet home, fazer a buchinha para acamar a coisa, mais um par de ganzas (como se ainda fossem necessários mais aditivos!), e por fim, para fechar em grande, na cama ao lado da minha, o Fora da Lei, dentro do seu pijaminha verde, remata a noite com "Sou mesmo forte".

E pronto, assim chegamos ao final desta saga. Espero que tenha sido de vosso agrado, que se tenham divertido tanto a ler como eu me diverti a relembrar os eventos que relatei. Alerto novamente para a possibilidade de faltar por aqui alguma coisa, pois não sou omnipresente, e a minha condição ñunca foi a mais saudável, no decorrer desta epopeia!

Bom fds, cheio de Minis!



Comments:
A vida é injusta! As coisas boas não duram sempre, e a comprová-lo está que vou deixar de me poder rir com os relatos do reveillon selecto 04/05 (baseados, por sua vez, em factos igualmente hilariantes) com que este escriba nos foi presenteando. Obrigado por isso, supreminizinha!
Só discordo de uma coisa neste post - o mais clássico aldeão medieval era o empregado do piranha, que dançava com a sua partenaire duvidosa vestindo um casaco hollyoodesco.
 
Não consegui vir à estreia, mas vi em "reprise". Gostei muito desta saga. Vai sair em DVD? :o)
 
Se o Pedrocas quiser fazer um investimento a fndo perdido, ou pagar umas ferias num PALOP, de certeza que edito isto num formato mais comercial!
 
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