segunda-feira, novembro 22, 2004

Punkices, 1º volume



Não se trata de ser ou não ser, de quem é ou não é, não é isso que ponho em causa. Não sou, nunca fui e muito provavelmente nunca virei a ser punk (por opção e pelo avançar da idade, não por antipatia), mas visto ter uma simpatia especial pela musica, começo hoje aqui uma análise aos “valores” e predicados atribuídos ao universo punk. Hoje será sobre a imagem e o preconceito, a musica, a mensagem, e outras se seguirão.

Sábado, aproveitando uma solarenga tarde, estava a conversa com uma amiga (sobre musica, lá está), e entre um par de cervejas, surgiu a questão: o que é integro no mundo punk? E o que é poser? E como avaliamos tudo isso?

A minha primeira questão é exactamente essa, como se define um punk, ou o punk?
Pela roupa que usa? Pelos correntes e restantes adereços? Pela bandas punk que ouve? Pela quantidade de horas que demora a por sabão (ou gel) no cabelo? Por ter (ou não) crista? Pela quantidade de cerveja que bebe? Pelo número de ganzas que fuma?
Sinceramente, não sei, e mais sinceramente ainda, não quero descobrir.


Num mundo cada vez mais diversificado, e até o nosso país conseguiu evoluir nesse aspecto, acho muito estranho (deverei dizer estúpido?) o constante hábito/obrigação de ter que ser atribuido um nome a tudo. É nocivo para todos, pois são essas diferenças, essas determinadas designações atribuidas a determinados indivíduos, que dão origem a um mal-estar constante, que originam os conflitos e a luta pela conquista de espaço próprio, espaço esse que devia ser dividido harmoniosamente por todos (lá estou eu a sonhar...). Betos, dreads, tunners, bikers, surfers, billies, freaks, punks, etc... todos são pessoas, diferentes, mas não deixam de ser todos pessoas, todos de carne e osso, e como tal, quer queiram quer não, (olha o lugar comum...) todos iguais!


Mas pior do que gostar de rotular é gostar de rotulado, gostar de ser inserido neste ou naquele grupo, viver na sombra desta ou daquela facção. Julgo que o facto de existir um preconceito em relação aos “diferentes” já é suficientemente mau (acho que ninguém gosta de entrar num sítio qualquer e ser olhado de lado, devido as roupas ou ao penteado que usa), logo, a intenção de ser diferente apenas para agravar e ampliar esse tipo de mentalidade, além de ser imaturo e estupido, é a mãe de todas as imbecilidades! Tenho a perfeita noção que todos passamos por uma (ou várias, em alguns casos) fase de afirmação, mas creio que certo tipo de comportamentos passa o limite do aceitável.

Por inúmeras vezes, em concertos, já me deparei com cromitos que, saem do carrão dos papás vestidos como bons meninos de família, e assim que estes viram costas, toca de montar o kit-concerto (t-shirt da banda, spray colorido para o cabelo, corrente,etc...). E porquê, alguém me explica? Existem pessoas que se vestem assim, e de outras maneiras (atenção-não estou a dizer que são melhores ou piores que os cromitos, ok?), no dia-a-dia, assumem as consequências daquilo que são, para o melhor e para o pior, mas não andam por ai a pavonear-se, como se usar roupa da banda x ou da marca y fosse a coisa mais importante do mundo. É a futilidade e o exibicionismo deste tipo de gente que me revolta. Será muito difícil entender que esse tipo de atitude não funciona, que nunca os levará a lado nenhum, que o maximo que vão conseguir é serem olhados de lado (o preconceito existe e abrange todos os grupos!) e gozados pelos “puros”? Coitadinhos...

No outro extremo temos o pseudo-punk-old-school, aquela malta que cultiva a imagem de punk javardão dos anos 70/80, que parte tudo por onde passa, que arranja merda por dá-cá-aquela-palha, que adora dar nas vistas. E agora outra vez, porquê? Cada coisa tem a sua razão de ser, o seu tempo certo para existir, mas a evolução é uma presença constante na vida de todos, e é preciso ser muito burro para não se aceitar que as coisas mudam. Forçosamente, quer se goste ou não. Se nos 70/80 aquela maneira de vestir e aquele tipo de atitude faziam um certo sentido (isto se enquadrarmos devidamente todos os factores e condicionantes que nos levaram até ao chamado movimento punk), nos dias de hoje, tudo aquilo não passa de treta, de show-off. Ou seja, aqueles máiores são tão posers como os cromitos de que falei anteriormente, a única diferença é que estes podem ser mais prejudiciais para a saúde pública. E cheiram mal!

O ser punk, ou punker, ou anarca (ou o diabo a sete, chamem-lhe o que quiserem), nos dias de hoje, só fará sentido (isto se alguma vez fez algum...) se for algo adequado ao meio envolvente. Ser do contra por ser do contra já não pega, chocar (visualmente ou não) quem nos rodeia com o simples propósito de chatear não faz qualquer sentido. Ser contra o sistema, a sociedade, o mundo dos ricos e dos poderosos? Sim. Mas, com a consciência, pelo menos, dos motivos pelos quais se é contra, conhecer minimamente aquilo contra que se está a lutar. Não basta ser por ser. Um elemento mal informado, ao invés de ajudar, atrapalha. Será apenas um elemento a menos, não servirá de nada, pois a luta, neste século, é através da informação. Conhecimento é poder, e sem esse conhecimento a luta é em vão.

Creio que todos gostavamos que o mundo fosse um lugar melhor para se viver, o problema é que apenas uma (reduzidíssima) minoria faz alguma coisa para que essa situação mude! Não será com atitudes divisionárias e provocatórias que vamos progredir para um futuro melhor, sempre ouvi dizer que a união faz a força.
Não escrevi isto para fazer a cabeça a ninguém, não quero impingir nada a quem lê, esta é apenas a minha forma de contribuir.

Comments:
Bom tópico! Ser ou não ser punk..........cá para mim, ser punk passará talvez por ter uma mentalidade que vá de encontro à ideologia deste movimento ou forma de estar. Não é por usares corrente, cheirares mal e possuires um belo mohawk multi-colorido que serás punk. Também,por outro lado, o exemplo do belo cromo que mal está fora da rédea paternal transforma-se num doido que tem uma t-shirt de uma banda que provavelmente só tem o albúm ao vivo (porque foi o último que saiu e ouviu dizer que aqueles gajos são uns grandas malucos ou coisa que o valha),não vai fazer dele punk concerteza.
Talvez o verdadeiro punk será aquele que está atento aquilo que o rodeia e saiba distinguir aquilo que para ele é ou não importante. Talvez para fazer deste "sítio" uma "coisita" melhor para co-existir com os demais. A música será como uma manifestação de sentimentos que lhe permitirá "mobilizar" outras mentes.
Não sei.
Punk----------Mohawk,certo?Errado! Há uns tempos quem tinha mohawk era olhado como um drogado ou um maluco da cabeça. Desde que o afamado modelo David Beckham optou por esse corte de cabelo, o mohawk tornou-se fashion!!O punk é fashion?Agora já não, o que está dar é o hip hop. "....Oh John!Why dont you stop worrying about the punks!They're just a bunch of kids with growing pains and they probably be lawyers and doctors someday!"
(O problema é que há gajos que nunca crescem.......) Cheers! ASS:MEXICAN MEXIRY
 
Panque que Panque come a mae em cima de um tanque. Ciao Bella.
 
E o que me dizem sobre a billabong (marca virada para os surfers) produzir/vender cintos de punks? Não é isto a sociedade de consumo. O punk, o hip hop e os surfers/skaters tem vindo a fundir-se num estilo que denomino pelo estilo "Bairro Alto".

Agora digam-me qual é o problema de eu usar sempre camisa e calças ao estilo beto? Apanho as mesmas ou maiores bebedeiras que os punks, surfers! Não devia? Devia ser bem comportado é? FDX! Gosto tanto da bela minizinha como o meu próximo! Gosto tanto de caracois e cerveja como Deus gosta de todos nós!!!! E derreto-me mais rápido com um gin tónico na mão do que o gelo no copo!!

Por isso não me chamem beto, eu não vos chamo punks (apesar de alguns gostarem de serem chamados) apenas vos chamo amigos!!

Bora beber uma!
 
Fico satisfeito por perceber que a mensagem passou exactamente como eu queria, pelo menos a avaliar pelos comentários. Mr. Mexican - há realmente gajos que nunca crescem, uns por limitação outros por opção. Eu vou continuar sempre a dizer "its not how old i am, its how old i feel!!!"
 
Beto que e Beto come a mae em cima de qualquer objecto.
 
true..attitude my friends...personality and a PINT of guiness...do you need more...???NOT!!!
 
É bonito ver todos de acordo, que fraternos...
Então isto agora é assim, tudo aos beijinhos? Fed Ex...
 
É..É...É..é...os COLHÕES..
 
Olha lá xô primos, tu não ias mudar esse nick horrível?
Assim já gosto mais, palavrões e tudo!
Gandas Máiores!!!!!!!
 
Concordo com o commento do Nuno, não é pela forme de vestir e pela aparência que se julga uma pessoa, mas sim pelo que ela é.

como gostaste dos palavrões do "bush" cá vai para não ficar atrás:

- mete o dedo do cú e chupa!
 
todos iguais mas cada um á sua maneira, devia de haver uma comunidade em que em vez de todos se vestirem de igual modo, fazer as mesmas merdas e frequentarem os mesmos lugares, fossem todos diferentes, um punk ao lado de um hippy, um hippy ao lado de um gótico e por aí fora... isso é que era uma barrigada de rir.

O que é que se tem se cruzares um gótico com uma hippy?
Um punk.

Piada estúpida eu sei... lol
 
todos iguais mas cada um á sua maneira, devia de haver uma comunidade em que em vez de todos se vestirem de igual modo, fazer as mesmas merdas e frequentarem os mesmos lugares, fossem todos diferentes, um punk ao lado de um hippy, um hippy ao lado de um gótico e por aí fora... isso é que era uma barrigada de rir.

O que é que se tem se cruzares um gótico com uma hippy?
Um punk.

Piada estúpida eu sei... lol
 
todos iguais mas cada um á sua maneira, devia de haver uma comunidade em que em vez de todos se vestirem de igual modo, fazer as mesmas merdas e frequentarem os mesmos lugares, fossem todos diferentes, um punk ao lado de um hippy, um hippy ao lado de um gótico e por aí fora... isso é que era uma barrigada de rir.

O que é que se tem se cruzares um gótico com uma hippy?
Um punk.

Piada estúpida eu sei... lol
 
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